Governo libera R$ 2 bilhões para estoque de usinas de etanol

Financiamento deve ser aprovado pela CMN na próxima semanaO governo anunciou nesta quinta, dia 19, a liberação de uma linha de crédito de mais de R$ 2 bilhões para as usinas de etanol formarem estoques. O financiamento deve ser aprovado pelo Conselho Monetário Nacional na próxima semana.

O setor sucroalcooleiro tem sofrido com a combinação entre a escassez de crédito, causada pela crise mundial, e a pressão da queda no valor do petróleo sobre os preços do etanol. A redução nas exportações e o consequente aumento da oferta no mercado interno também têm ajudado a baixar o preço do produto mesmo na entressafra.

Para minimizar os problemas do setor, o governo decidiu reativar uma linha de crédito que vai colocar à disposição das usinas R$ 2,31 bilhões para a formação de estoques. Com juros baseados na taxa Selic, o novo crédito vai financiar R$ 0,70 por litro tanto do álcool anidro, quanto do hidratado. Como garantia a indústria tem de entregar ao governo 50% a mais que o volume negociado. Com esse dinheiro, a estimativa é financiar 3,3 bilhões de litros de etanol, o que corresponderia a uma estocagem de 5 bilhões de litros, considerando o volume de garantias.
Segundo o Ministério da Agricultura, o BNDES deve ser a fonte dos recursos, que precisam ainda ser aprovados pelo Conselho Monetário Nacional, com reunião prevista para a próxima semana.

? Nós vamos institucionalizar esse linha de crédito de forma permanente de modo que todo o ano o setor saiba que poderá contar com recursos significativos para financiar estoques estruturais. Esse financiamento vai beneficiar todo mundo porque evita a depressão de preços e o alastramento da crise que já se sente no setor ? explica Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura.

Nas lavouras, o clima é de apreensão por causa da inadimplência das usinas. A preocupação dos produtores é com o tempo de liberação desses recursos e com a necessidade de mais linhas de crédito para liberação desses recursos e com a necessidade de mais linhas de crédito para apoiar o setor.
 
? Nós, que representamos 60 mil produtores independentes no Brasil, estamos sofrendo essas consequências, e se isso piorar levaria a um efeito cascata ainda mais generalizado. O governo está fazendo alguma coisa, e se tiver condições de fazer mais virá em boa hora ? afirma Edison Ustulin, presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).