Governo de Minas Gerais avalia proposta de tecnologia que transforma lixo e bagaço de cana em etanol

Ação seria alternativa para aperfeiçoar o processo industrial das usinas sucroenergéticas, diz secretário de CiênciaEm missão oficial do Governo do Estado de Minas Gerais na Inglaterra, os secretários de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, e de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Bilac Pinto, foram conhecer uma proposta de aproveitamento de resíduos sólidos orgânicos. Após visita aos laboratórios, os secretários visitaram a unidade industrial, onde puderam acompanhar cada etapa do processo. Na ocasião, foi discutida a viabilidade da proposta para algumas cidades de Minas Gerais.

? O mais interessante é que esta pode ser uma destinação fantástica e muito útil para o lixo das nossas cidades ? afirmou Pinto.

Rodrigues cogitou a possibilidade de adotar esta tecnologia na produção de etanol, atualmente muito intensa no Triângulo Mineiro. O catalisador pode ser utilizado para processar o bagaço da cana, resíduo da produção de álcool, para que ele também produza etanol.

? Estamos em busca de alternativas eficientes tanto para tratamento do nosso lixo urbano, o que pode ser feito por região, em forma de consórcios de várias cidades, quanto uma proposta para tornar mais eficientes a nossa produção de etanol nas usinas, pela produção também a partir do bagaço da cana. Esta seria uma saída para aperfeiçoar ainda mais o processo industrial das usinas sucroenergéticos ? disse Rodrigues, ressaltando que, no projeto inglês, uma tonelada de resíduos pode produzir até 300 litros de etanol.

A visita ocorreu na sexta, dia 10, nos laboratórios e na usina da empresa TMO Renewables, que desenvolve tecnologia para transformar resíduos em biocombustível. A TMO Renewables fica em um parque tecnológico vinculado à universidade local, que mantém um grupo de empresas de tecnologia de ponta e de pesquisas na área de energia limpa. A proposta de transformar resíduos sólidos orgânicos em etanol, por meio de um catalisador próprio, foi desenvolvida na Letônia e será utilizada em duas novas usinas que devem ser inauguradas na Rússia e nos Estados Unidos, no próximo ano. No Brasil, na cidade de Santo André (SP), uma usina em Parceria Público Privada (PPP) está sendo implantada e deve ser inaugurada em 2013.