Agronegócio

Governo norte-americano decide nesta quarta valor da taxa de juros

O comentarista Miguel Daoud faz um balanço de como isso pode afetar o mercado agrícola no Brasil e como fica o câmbio neste cenário

Os mercados internacionais seguem focados na decisão política monetária do Banco Central norte-americano que será divulgada nesta quarta-feira, dia 1°.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem defendido que o Federal Reserve (o “Fed”, banco central norte-americano), corte os juros.

Atualmente, os juros estão na faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano, patamar mantido nas duas últimas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), após uma alta de 0,25 ponto percentual (pp) em dezembro de 2018.

Em março, o Fed reduziu a zero as projeções de aperto monetário em 2019 e reforçou sua postura paciente e dependente de dados.

Na ocasião, o Banco Central norte-americano indicou que a desaceleração da economia vista no quarto trimestre de 2018 iria continuar no primeiro trimestre deste ano.

Na última sexta-feira, dia 26, porém, os dados do Departamento do Comércio mostraram alta de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do país de janeiro a março em base anualizada, acima da alta de 2,5% esperada pelo mercado e após crescimento de 2,2% no trimestre anterior.

O comentarista Miguel Daoud analisa como essa decisão pode afetar o mercado agrícola brasileiro. “Dessa vez a expectativa é em relação ao embate que o presidente americano está fazendo em relação a taxa de juros”, comenta Daoud.

“Qual é a linha de pensamento do Trump: a China está reduzindo juros para crescer e nós subimos os juros, a inflação está comportada, e nós precisamos reduzir a taxa de juros para fazer os EUA crescer”, diz Daoud.

“ Após a reunião terá um discurso do presidente do banco central, e será neste discurso que o mercado vai focar toda a atenção. Isso porque, se ele sinalizar que vai haver uma redução de juros, aí sim podemos ter um cenário diferente”, diz.

Consequências para o agro brasileiro

Café

“Para o café, que sempre funciona ao contrário do dólar, de houver uma redução de juros, vai ter ajuste da taxa de câmbio para baixo, sendo assim os preços do café podem melhorar”, afirma Daoud.

Soja

Segundo o comentarista, não são esperadas grandes mudanças nos cenários da oleaginosa para o primeiro semestre. “Até este primeiro semestre não vai acontecer absolutamente nada, mas no segundo semestre vai haver um aumento na demanda no mercado interno, altas também um nos prêmio e a soja ficará viável para a venda no segundo semestre”.

Arroz

“Para o arroz também há perspectiva de que se houver uma queda de juros, o grão também terá uma melhora de custos”, finaliza Daoud.