? Foi uma forma de valorizar e estimular a produção agroecológica ? explicou o diretor de Política Agrícola e Informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto.
A diferença pode chegar a até 30% em relação a alimentos produzidos convencionalmente.
? Como é um sistema diferenciado, um produto de maior valor biológico, que exige, por parte dos produtores, um desafio muito maior, às vezes, acarretando mais custos, consideramos justo pagar mais ? disse.
Os alimentos orgânicos ainda representam uma parcela pequena dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que atende o Fome Zero e visa a estimular a agricultura familiar. No ano passado, dos R$ 276 milhões aplicados no PAA, apenas R$ 8,8 milhões, pouco mais de 3%, foram destinados a produtores e cooperativas que forneceram alimentos cultivados sem agrotóxicos.
A participação no programa depende da apresentação de uma proposta de fornecimento dos produtos à Conab por uma entidade representativa dos agricultores. De acordo com Sílvio Porto, apesar de ainda representarem uma pequena parcela no programa, os produtos orgânicos têm boa demanda.
? Se a produção fosse maior, compraríamos mais. O que acontece, às vezes, é que há organizações sociais que ainda não têm um nível de articulação muito forte e não dá para reconhecer o produto como orgânico ? disse ele.
O Censo Agropecuário 2006, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diz que mais da metade dos produtores de orgânicos não participa de qualquer organização social (54%). Entre os que têm algum vínculo organizacional, 36,6% são ligados a associações e sindicatos. Os que são ligados a cooperativas representam 5,9%.