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O clima ajudou e o feijão carioca, produzido na primeira safra, tem apresentado ótimos resultados. No país, a produtividade teve um salto de 29%, a produção de 35% e a área plantada cresceu mais de 4%. Paraná e Minas Gerais são os que mais produzem, mas esse exemplo se estende para as demais regiões produtoras.
O Estado de Goiás está em plena colheita de feijão e ao contrário do ano passado, quando foram registradas perdas por causa da seca, a safra deste ano apresenta boa produtividade e aumento na área plantada.
Mas com a previsão de uma colheita maior para essa primeira safra, com mais de 1,3 milhão de toneladas, o preço caiu.
– Nós plantamos, no ano passado, 270 hectares. Este ano plantamos 516 hectares. Aí focado na safrinha e também apostando que íamos ter um preço de R$ 120, R$ 130 por saca de feijão. Essa é a aposta que fizemos. Mas essa aposta no preço do feijão não deu certo? Não. Hoje nós estamos vendendo a R$ 80, pagando o custo da nota, fica R$ 77 – afirmou o gerente da fazenda Fernando Rosbach.
O preço mínimo de garantia é de R$ 95 a saca de 60 quilos. Como o mercado está pagando bem menos, em breve começarão a ser feitas as aquisições do governo federal. No Ministério da Agricultura está sendo decidido quando e quanto as AGF começarão a ser feitas. A expectativa é de que a política chegue aos produtores do Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais.
– Existe a política de compra quando os preços caem abaixo do mínimo fixado pelo governo. Aí o governo entra no mercado, tirando parte do excedente da produção para formar um estoque e já existem essas demandas. Daqui uns dias, o governo vai começar a fazer aquisições junto aos produtores – relatou o técnico de feijão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Ruas.
Segundo o técnico da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Leonardo Machado, outro agravante, também em relação à produção, que tem pressionado os preços, é a qualidade do feijão.
– Tem chegado ao mercado o feijão tipo comercial, que é um feijão mais escuro, que perde bastante o valor de comercialização e, com isso, tem levado os preços nas regiões produtoras a patamares bastante reduzidos. Várias entidades como a CNA têm pleiteado o governo a intervir no mercado, auxiliar nessa comercialização da produção – declarou Machado.
O combate à mosca branca é outro agravante. Segundo o setor produtivo, representa um aumento de 20% nos custos com defensivos.
– A mosca branca além da perda de produtividade aumenta o custo do produtor. Nosso produtor está combatendo. Aumenta os custos da lavoura – relatou o técnico da avaliação de safras da Conab, Eledon Oliveira.