– A gente tem tido forte procura por linha de comercialização e estamos olhando para ver como podemos trazer melhorias – afirmou o secretário de Política Agrícola, Seneri Paludo.
O suporte à comercialização é feito por meio de empréstimos oferecidos pelo governo aos produtores, que podem tomar recursos federais para segurar produtos nos armazéns enquanto o preço estiver pouco atrativo – como tem ocorrido com o milho e o trigo.
O MDA e a Agricultura operam R$ 89 bilhões em recursos para comercialização e custeio na safra 2014/2015. O valor para cada operação pode ser balanceado conforme a necessidade, ou seja, havendo mais demanda para comercialização do que para custeio o governo pode direcionar os recursos para as linhas com maior demanda. Este é um dos mecanismos do governo para subvencionar preços derrubados no mercado em razão do aumento da oferta. É o caso do trigo, que terá R$ 200 milhões por meio do mecanismo Aquisição do Governo Federal (AGF), usado para recompor os estoques públicos, e outros R$ 150 milhões para Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), por meio do qual é estimulado o escoamento da safra dos Estados produtores para regiões consumidoras.
Sobre a liberação da importação de trigo dos Estados Unidos sem Tarifa Externa Comum (TEC), que vigorou até 15 de agosto, Paludo nega que tenha ajudado a derrubar os preços internos. A decisão foi tomada, na época, com o argumento de que poderia haver desabastecimento de trigo no mercado interno, pressionando a inflação. Já o setor produtivo disse que os moinhos recomporiam seus estoques às vésperas da oferta da safra nacional.
– Não entendo como contraditória (a liberação da importação sem imposto). Seria contraditório se a gente não tivesse intervindo agora (para compensar o produtor com R$ 350 milhões em subsídios) – afirmou.
Paludo evitou fazer previsões sobre as estimativas do governo para a próxima safra. Segundo o secretário, os estudos ainda são preliminares e o governo tem ouvido o mercado e produtores.
– Tem consultoria que fala em até 90 milhões de toneladas de soja – diz.
Ele recorda que na safra 2013/2014, em balanço divulgado nesta semana, o grão atingiu produção de 86,12 milhões de toneladas.
Custeio por bancos privados
A decisão do Banco do Brasil de adotar um modelo de ‘custeio renovável’ para liberar financiamento aos produtores rurais chamou atenção do setor financeiro privado, segundo Paludo.
– O mercado financeiro tem se mostrado inclinado (a adotar o modelo). Todo mundo gostou da ideia – afirmou.
O BB passará a liberar crédito de custeio à produção durante cinco anos a partir da mesma hipoteca apresentada pelo agricultor como garantia. Os produtores rurais, antes do modelo renovável, precisavam refazer a hipoteca a cada ano. Segundo o secretário, fazia quatro anos que a gente tentava criar.
Segundo Paludo, o interesse dos bancos privados está na simplificação do custo burocrático na análise de crédito da renovação automática.
Aprosoja apoia modelo de custeio renovável do BB: