Governo prevê plano plurianual de safra e central de risco, diz Vaz

Ministro interino da Agricultura adiantou detalhes da nova política agrícola brasileiraA nova política agrícola brasileira, que está sendo elaborada pelo governo federal com a colaboração do setor privado, deve extinguir os planos anuais de safra, criar uma política de seguro de renda e ainda uma central de risco para facilitar a liberação de créditos ao produtor. Detalhes dessa nova política foram adiantados, nesta sexta, dia 28, pelo ministro interino da Agricultura, José Carlos Vaz, durante o seminário Planejamento Estratégico 2012, da Associação Brasileira da Indústria de Máqu

Segundo Vaz, que é secretário-executivo da Pasta, a intenção do governo é criar um “plano plurianual de safra, previsível e efetivo”, que substituirá os anúncios feitos em junho de cada ano das linhas de financiamento público para o setor agrícola.

? Com o plano plurianual, os valores (de financiamentos) serão apenas atualizados, com a aprovação do Orçamento (da União) ? explicou Vaz.

O ministro interino explicou ainda que o mecanismo de proteção de renda do produtor deve ser lastreado em metas de produtividade e de parâmetros de custos, atualizados a cada cinco anos, provavelmente. Com isso, o produtor que não atingir as metas previstas e apresentar perdas de renda, deve ser socorrido pelo seguro.

? É a criação de um mecanismo de proteção ao produtor rural contra a volatilidade de renda ? resumiu Vaz, sem dar mais detalhes.

Ele defendeu ainda a criação de um “grande cadastro para os produtores e empreendimentos rurais brasileiros” para que seja mostrado, principalmente, quanto a produção futura do produtor será impactada com financiamentos bancários ou compromissos futuros, com bolsas, por exemplo.

? Criaríamos uma central de gravames (alienação fiduciária) até chegar a um momento em que o produtor depositará, em custódia, sua propriedade, sua produção futura e minimizará o risco. Com risco menor, poderemos ter mais crédito para o produtor ? disse.

Indagado pela Agência Estado se a criação dessa central de risco não traria uma aversão do produtor, que teria, por exemplo, de hipotecar bens, Vaz, que foi diretor de agronegócios do Banco do Brasil, resumiu.

? De maneira alguma, pois o produtor já dá como garantias bens quando vai solicitar financiamentos nas instituições financeiras; a intenção é diminuir o risco e facilitar o crédito ? concluiu.