Os cálculos levam em conta a estimativa de safra divulgada na véspera pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os levantamentos de preços recebidos pelos produtores feitos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
O estudo mostra que o segundo produto com maior participação no VBP agrícola é a cana-de-açúcar (17%). O Ministério da Agricultura prevê crescimento de 8,9% na renda da cana, para R$ 48,029 bilhões. O milho ocupa o terceiro lugar, com participação de 13% no VBP. A projeção para o faturamento do milho é de crescimento de 10,5%, para R$ 36,846 bilhões.
Apesar das reclamações dos citricultores de queda na renda e da pressão dos altos estoques de passagem de suco de laranja sobre os preços, o Ministério da Agricultura prevê aumento de 46,1% no VBP da laranja, para R$ 20,637 bilhões. Para a banana, a estimativa de faturamento no ano é de R$ 10,3 bilhões, valor 10,8% superior ao do ano passado.
Entre os cereais, o arroz e o trigo apresentam perspectiva de aumento da renda dos produtores neste ano. No caso do arroz, a estimativa é de aumento de 8,6% no faturamento, para R$ 8,072 bilhões. O trigo, cujos preços estão em patamares historicamente altos, por causa dos problemas climáticos que provocaram quebra de safra e perda de qualidade nas safras brasileira e argentina, deve ter aumento de 31% na renda, para R$ 4,165 bilhões.
Mesmo com a retração de preços nos últimos dois meses, o tomate aparece dentre os principais produtos. A estimativa do Ministério da Agricultura é de aumento de 76,7% na renda dos produtores, para R$ 10,882 bilhões. Entre os hortifrutigranjeiros também se destaca a batata-inglesa, com projeção de aumento de 35,9% na renda dos produtores, para R$ 3,577 bilhões.
Queda no faturamento
Quanto ao algodão, as previsões são de queda de 30,6% no faturamento, para R$ 8,125 bilhões, provocado pela queda de produção com a redução da área plantada. O café, cujos preços vêm sendo pressionados desde o início do ano, deve ter uma retração na renda de 27,6%, para R$ 14,059 bilhões. Os preços do café estão em queda por causa da percepção dos importadores de que o estoque remanescente e a safra atual serão suficientes para atender a demanda mundial pelo produto brasileiro.