Governo prevê redução de 40% nas emissões de CO2 até 2020

Segundo Minc, proposta será apresentada na próxima terça ao presidente Luiz Inácio Lula da SilvaO ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta terça, dia 27, que o país vai propor na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague (Dinamarca), a redução de 40% nas emissões de gás carbônico (CO2) projetada para 2020.

Segundo o ministro, essa redução corresponderia a 1,08 bilhão de toneladas a menos de CO2 ante um total de 2,7 bilhões de toneladas, caso o país cresça a uma média de 4% nos próximos anos.

? Países como a China e a Indica dizem que vão dobrar ou triplicar a emissão de gases poluentes. Nenhum país em desenvolvimento tem metas tão ousadas quanto as nossas ? disse Minc.

Segundo ele, a proposta será apresentada na próxima terça, dia 3, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Minc divulgou ainda os números referentes às emissões de CO2 no período de 1994 a 2007, que vão servir de referência para estabelecer os dados sobre o avanço na emissão de gases poluentes nos próximos anos. O ministro não considerou os dados sobre o desmatamento da floresta amazônica, apenas os setores de agropecuária, energia, indústria e resíduos. Esses setores registraram aumento do 40% nas emissões, de 659 milhões de toneladas para 921 milhões de toneladas de CO2.

Entre 1994 e 2007, a agropecuária aumentou as emissões de gás carbono em 30%, de 369 milhões de toneladas para 479 milhões toneladas de CO2. A participação do setor no volume de gases poluentes no País se manteve em 25% no intervalo de 13 anos considerado pela pesquisa. A polução produzida pelo setor é causada pela fermentação entérica (arroto do gado), manejo de dejetos animais, cultivo de arroz, queima de resíduos agrícolas e solos agrícolas.

A indústria apresentou o maior aumento na emissão gás carbono, com acréscimo de 56% entre 1994 e 2007, de 21 milhões para 33 milhões de toneladas de CO2. Já a participação passou de 1,4% para 1,7%.

O setor de energia teve acréscimo 54% nas emissões, de 248 milhões de toneladas para 381 milhões toneladas entre em 1994 e 2007. A participação também aumentou, de 17% para 20%. Segundo Minc, a principal causa desse aumento foi o início da operação de novas usinas termelétricas no País nos últimos anos.

O aumento na emissão de gás poluente emitido por resíduos (estoque de lixos em áreas urbanas) foi de 32% entre 1994 e 2007, de 21 milhões de tonelada de CO2 para 27 milhões. A participação se manteve em 1,4%.

Para conter o avanço na emissão de CO2 provocado pelo setor agropecuário, o Ministério do Meio Ambiente definiu com a Embrapa novas metas de manejo do solo a serem aplicadas até 2020, em área correspondente a 11 milhões de hectares.

Esse plano inclui a integração da pecuária com a agricultura para reduzir o uso de pastagem, a recuperação de áreas degradadas e a ampliação do uso do plantio direto dos atuais 28 milhões de hectares para 40 milhões.