Governo projeta futuro positivo para o agronegócio brasileiro apesar da crise

Estudo do Ministério da Agricultura prevê crescimento de 40 milhões de toneladas na produção de grãos até 2019Apesar das incertezas da crise mundial, as projeções do governo para o futuro do agronegócio brasileiro são positivas. Estimativa do Ministério da Agricultura prevê crescimento principalmente na produção de grãos, que deve aumentar em 40 milhões de toneladas.

O estudo analisou o comportamento de 18 produtos do agronegócio em países considerados atrativos para abertura de mercado, nos próximos 10 anos, entre eles, grãos e carnes. A projeção foi feita com base em dados de organizações brasileiras e internacionais. De acordo com o levantamento, a produção de grãos como arroz, feijão, milho, soja e trigo deverá somar 180 milhões de toneladas na safra 2018/2019, frente aos 139,7 milhões da safra atual.

Para as carnes, a estimativa é de aumento de 12,6 milhões na produção, um acréscimo de 51% em relação ao volume produzido no ano passado.

A produção de açúcar também deve ter elevação, prevista em 15,4 milhões de toneladas. O mesmo deve acontecer com o etanol, que pode atingir uma produção de 37 milhões de litros, e o leite, que tem previsão de aumento de nove bilhões de litros.

O Ministério da Agricultura espera que as carnes mantenham a liderança na pauta de exportações brasileira. Para o coordenador da pesquisa, mesmo com as incertezas em relação à crise internacional, o consumo do produto deve aumentar no mercado mundial, principalmente em países com populações numerosas, como os asiáticos. Mas o governo aposta também no consumo interno para dar impulso ao crescimento.

? Somos grandes exportadores de carne de frango e gado, mas consumidores também. O nosso consumo interno é a maior parte da produção. A exportação é apenas uma parte ? diz o coordenador de Planejamento do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques. 

De acordo com a pesquisa, do aumento de mais 12 milhões de toneladas previsto para a produção de carnes nos próximos 10 anos, 50% devem ser destinados ao consumo interno. As vendas brasileiras do produto vão representar mais de 60% do comércio mundial. A carne de frango do Brasil deve abastecer quase 90% e a de suínos 21% do mercado internacional.

Segundo o coordenador da pesquisa, o mercado internacional aposta no crescimento da demanda de produtos agrícolas.

? São vários fatores, como o aumento da classe média, o processo de urbanização, baixos estoques mundiais de alimentos e a dependência pelo etanol ? explica Gasques.