Apesar do herbicida dicamba já ter registros brasileiros em pelo menos dois produtos, junto ao Ministério da Agricultura, a pasta ainda estuda permitir a aplicação do defensivo no estágio pós-emergente, em plantas tolerantes. A informação foi confirmada pelo secrerário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, em entrevista ao Canal Rural.
A pasta promete decidir também a permissão de comercialização de cultivares resistentes ao dicamba no país, o que abriria espaço para que o defensivo ganhasse ainda mais mercado, com aplicações além do período pré-emergente, já permitido, e do período pós-emergente, ainda em estudo.
Entidades produtivas, como a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e Aprosoja, são contrárias à liberação das cultivares resistentes, por temerem a disseminação do uso do defensivo, que mata plantas de algodão e soja não resistentes. As associações dizem que universidades americanas constataram uma danificação de 3,6 milhões de acres plantados de soja, nos Estados Unidos, em 2017, por conta da contaminação de cultivares não resistentes.
Dicamba
O dicamba é uma alternativa ao Glifosato, para o controle de plantas invasoras em lavouras resistentes. Segundo a Embrapa, com o surgimento de resistência de algumas espécies de plantas daninhas ao mesmo, produtores rurais tem buscado opções para sua substituição e o produto tem mostrado grande viabilidade. Contudo, é preciso cautela nas aplicações, já que plantas de soja não resistentes são sensíveis ao dicamba, mesmo em baixas concentrações.