Governo do Rio é cobrado sobre investimentos em estradas e comunicação no campo

Entrega de maquinário a ser usado na produção de flores está prejudicada na região de Nova FriburgoO presidente da Associação de Produtores Rurais de Vargem Alta, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, Carlos David Hosken, disse que os principais desafios para a agricultura estadual são a falta de estradas asfaltadas e de acesso à telefonia rural e internet. Ele participa do 2º Congresso Rio Eco Rural, que fará um diagnóstico dos principais setores do agronegócio fluminense. O encontro termina nesta sexta, dia 14, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Vargem Alta é a principal região produtora de flores de corte de Nova Friburgo ? o segundo maior município produtor do Brasil. As flores são comercializadas no Centro de Abastecimento e Distribuição do Estado do Rio de Janeiro (Cadeg), mas a meta dos 120 produtores, filiados à associação, é exportar para outros Estados.

O secretário estadual de Agricultura, Alberto Mofati, afirmou que a entrega de máquinas e equipamentos aos produtores resolverá o escoamento da produção no tempo adequado.

? Essas máquinas vão permitir exatamente isso. Que as estradas sejam atendidas e que os produtores possam escoar devidamente a produção ? ressaltou.

O governador Sérgio Cabral também assegurou que a manutenção das estradas agrícolas é uma das prioridades de seu governo na área rural.

Mofati esclareceu que outro problema no campo é a dificuldade de acesso à educação. Em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, a ideia é aproveitar os espaços das escolas nos finais de semana e à noite.

? Podemos levar conteúdo rural para capacitar o produtor, inclusive pelo uso da informática, dando a ele melhores condições de ter informação e produzir com melhor qualidade.

Na avaliação do historiador Edson Lisboa, especialista em agronegócio, ligado à Comissão de Agricultura da Alerj, a economia rural fluminense começou a registrar queda na produção a partir da década de 30.

? O campo foi penalizado. Desde Getulio Vargas, a gente vem passando por políticas de transferência de renda do campo para a cidade. Em três décadas, invertemos a balança. Tiramos 80% da população do campo e jogamos na cidade.

Ele ressaltou a necessidade de mais investimentos em estradas e infraestrutura. Ele explicou que a luz elétrica chegou ao interior com 30 anos de atraso, quando a população já havia saído do campo para as áreas urbanas.

? Espero que não aconteça o mesmo com a telefonia e internet. A gente precisa linkar. Campo e cidade não podem ser separados. Tem que ser uma coisa só. O cara pode ter a propriedade rural, trabalhar no campo, mas pode vir à cidade gastar seu dinheiro e retornar. Para isso, precisa de estrada e telefonia.