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Governo do Rio Grande do Sul teme que seca deste ano provoque mesmos prejuízos de 2005

Há sete anos, 447 municípios gaúchos decretaram situação de emergência. Perdas nas lavouras ultrapassaram seis milhões de toneladasEm meio à série de decretos de emergência de municípios atingidos pela estiagem, que sofrem com a ausência de água para irrigar lavouras devido ao baixo nível de rios em diferentes regiões do Rio Grande do Sul, a meteorologia confirma que o clima cruzou uma barreira preocupante no Estado: transformou o que era estiagem em seca.

Um período de mais de 40 dias sem chuva já pode ser classificado dessa forma, segundo a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia. Ela explica que, ainda que os registros das estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), espalhadas por 21 cidades gaúchas, apontem chuva isolada ao longo de dezembro, pontos das regiões Centro, Noroeste e Norte cruzaram o mês sem precipitação alguma.

A volta da seca ao Estado provoca o temor de que se repitam os prejuízos registrados no verão de 2005. Ao todo, 447 municípios decretaram situação de emergência naquele ano, em que a seca tirou pelo menos 6,3 milhões de toneladas da safra do Estado — consideradas apenas as quatro principais culturas de verão: soja, milho, arroz e feijão. Foram cerca de 9,5 milhões de gaúchos torturados pela falta de chuva.

Para atenuar o preocupante cenário seria preciso uma sequência de, pelo menos, quatro ou cinco dias de chuva, o que não ocorre desde outubro em todas as regiões.

– Assim, mesmo que fosse chuva fraca, o solo começaria a reagir. Não adianta chover 50 milímetros em um único dia e depois parar – explica Estael.

Prejuízos no campo

Com a quebra da safra de grãos, os prejuízos diretos nas lavouras já ultrapassam os R$ 877,9 milhões. Até quinta, dia 5, 72 municípios gaúchos haviam decretado situação de emergência em razão da falta de chuva.

Os maiores problemas contabilizados até agora foram constatados nas lavouras de milho. Levando em conta a redução da produção estimada e a cotação atual dos preços, os prejuízos ultrapassam os R$ 568 milhões somente nessa cultura — sem contar as perdas indiretas na cadeia produtiva, como fretes, insumos e mão de obra.

Os prejuízos são contabilizados também nas lavouras de feijão que, na primeira safra, apresentam queda de 11,43% em relação à estimativa inicial.

Se a falta de chuva persistir nas próximas semanas, as estimativas tendem a piorar, tendo em vista que a partir de agora começa um período crítico para a soja. Até o final do mês, cerca de 40% das lavouras do cereal entrarão no período de floração, fase extremamente sensível à falta de umidade no solo.

Segundo projeção do governo do Estado, a abrangência dos efeitos da seca deve ser ainda maior e pode alcançar 200 municípios em diferentes áreas. Na quinta, a comissão composta por 19 órgãos e instituições confirmou a estratégia de colocar o Estado em situação de emergência por meio de um decreto único. Nesta sexta, dia 6, será decidido se o documento será feito de forma totalmente conjunta ou por regiões.

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