O superintendente de Crédito do Sicredi, Paulo Pereira, diz que ainda não é possível estimar o montante de crédito que será demandado pelos agricultores gaúchos para a irrigação. Pereira avalia que, por enquanto, a procura tem sido tímida, pois os agricultores estão priorizando o crédito para o custeio da próxima safra 2012/2013. Ele explica o sistema de cooperativas tem maior atuação entre pequenos produtores, que tomam menos crédito para investimento.
Segundo o secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado e responsável pelos projetos de irrigação, Cláudio Fioreze, o Estado pode subvencionar até R$ 75 milhões por ano. Considerando que o subsídio médio é de 20%, isso significa que o total financiado para irrigar as lavouras gaúchas poderá alcançar mais de R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos. Por enquanto, são 400 projetos em andamento e apenas 70 aptos para a captação de recursos nos bancos, informou Fioreze.
O uso da irrigação nas regiões de agricultura de sequeiro ganhou maior importância depois da seca que atingiu o Estado no início deste ano, provocando quebras de até 50% da produção. A preocupação em garantir uma safra cheia faz parte do discurso do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, que, em encontro com criadores gaúchos, destacou a necessidade de o Rio Grande do Sul buscar a autossuficiente em milho. Para o ministro, isso só pode ser garantido com irrigação das lavouras.
Custeio
Para o custeio da produção agrícola, a expectativa do Sicredi é de que, na safra 2012/2013, os agricultores financiem R$ 5,2 bilhões em comparação com R$ 4,2 bilhões do ciclo passado. O Sicredi é o terceiro maior agente financeiro da safra agrícola, atrás apenas do Banco do Brasil e do Bradesco. A vantagem, segundo Márcio Port, presidente da Sicredi Pioneira RS, é a pulverização do sistema de cooperativas, com alcance em municípios pequenos e afastados dos grandes centros.
As cooperativas de crédito oferecem atualmente uma gama completa de serviços bancários, e não apenas os financiamentos para custeio de produção, origem da maioria das cooperativas desse tipo. Ainda assim, segundo Port, “aqui no Rio Grande do Sul, a maioria dos empréstimos é para custeio da agricultura familiar, de até R$ 10 mil”.