Depois disso, as autoridades russas devem responder em duas semanas se aceitam o documento ou se vão mandar um veterinário para avaliar as plantas industriais das agroindústrias do Estado.
O diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura de SC, Roni Barbosa, acredita que os russos vão aceitar a lista catarinense.
? São frigoríficos que exportavam antes do embargo ? argumentou.
Santa Catarina não vendia diretamente à Rússia desde dezembro de 2005, devido a focos de aftosa no Paraná e no Rio Grande do Sul. Depois de aprovados, os possíveis fornecedores começarão as negociações. Barbosa acredita que os primeiros embarques devam ocorrer em dois ou três meses. Ele considera que a notícia é importante, pois há um excedente de carne suína nos estoques.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, afirmou que, apesar de os embarques não serem imediatos, a notícia da retomada de compra de SC já provoca repercussão no setor.
Pedrozo observou que o Estado não deveria ter sofrido embargo, pois possui o melhor status sanitário do país, sendo reconhecido internacionalmente como Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação.
Embargo tirou liderança de SC
Antes do embargo russo, Santa Catarina era líder das exportações do Brasil, com 45% do total de embarques de carne suína ao exterior. Depois da medida, o posto foi perdido para o Rio Grande do Sul.
? Agora vamos retomar o nosso espaço ? disse o dirigente da Faesc.
Ele espera, também, que o Ministério da Agricultura agilize a negociação com outros mercados, como Estados Unidos, China e Japão, além da retomada das vendas para a África do Sul.
Por causa da crise, nos últimos meses os suinocultores vêm enfrentando problemas com o aumento dos estoques e a consequente queda no preço da carne. Estima-se que 10 mil toneladas de carne estejam paradas no porto de Itajaí.