A reunião foi a primeira após a decisão tomada nessa quarta, dia 25, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), que estabeleceu prazo até o final de abril para definição dos produtos que constarão da lista. Benedito Rosa explicou que a criação de uma nova lista pelos países membros, que vai dobrar o número de produtos relacionados, foi aprovada na reunião de cúpula do Mercosul, realizada em dezembro do ano passado em Montevidéu, no Uruguai. A lista atual de exceção da TEC conta com 100 produtos, entre os quais 31 são agropecuários, sendo 11 lácteos.
O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rodrigo Alvim, diz que os produtores defendem a inclusão de mais três produtos lácteos na nova lista de exceção: soros especiais, queijo de massa macia e outros queijos. O crescimento das importações preocupa o setor. A balança comercial de lácteos fechou o ano passado com saldo negativo de US$ 494,3 milhões, valor 175% superior ao registrado em 2010 (US$ 156,4 milhões). O valor das importações no ano passado cresceu 83% (para US$ 616,1 milhões), enquanto o das exportações caiu 22% (para US$ 121,8 milhões).
Benedito Rosa reconhece a necessidade de elevação da tarifa de importação dos produtos lácteos, que hoje varia de 14% a 16%. Segundo ele, a Costa Rica cobra alíquota sobre os lácteos de 132% e o México, de 120%. Estados Unidos e Europa impõem sobretaxas que inviabilizam as vendas para aqueles mercados. Além dos lácteos, outros produtos que devem constar da nova lista são as frutas e vinhos, cujas importações estão crescendo nos últimos anos.
Ele afirmou que a reunião desta quinta foi o primeiro passo para definir a relação de produtos, e nos próximos meses os setores devem encaminhar suas propostas com justificativas, que serão analisadas pelo Ministério da Agricultura e encaminhadas para o Grupo Técnico sobre Alterações Temporárias da TEC (GTAT), que é subordinado à Camex.