Os dirigentes das quatro patronais rurais do país foram recebidos pelo secretário de Agricultura Carlos Cheppi, que assumiu o posto em 23 de julho, em substituição a Javier de Urquiza, que deixou o governo desgastado pelo conflito com o setor rural.
Longe do clima áspero de algumas semanas atrás, a reunião desta terça foi qualificada pelos dirigentes rurais como “positiva, franca e oportuna”, e serviu para que Cheppi apresentasse sua equipe de funcionários que, segundo avaliaram as entidades do campo, “parecem ter conhecimento técnico e vocação de trabalho”.
? A reunião foi positiva, pois esta era uma instância de diálogo que vínhamos pretendendo ? disse em entrevista coletiva o vice-presidente da Confederação Intercooperativa Agropecuária, Carlos Garetto.
O setor rural e o governo não se encontravam para conversar sobre os temas do setor há mais de dois meses. Contudo, o titular da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, afirmou que não se pode falar de um giro na política do governo, já que “é preciso esperar para ver os resultados”.
O governo havia cortado o diálogo com o campo em 26 de maio, um dia depois de os dirigentes rurais realizarem um grande ato na cidade de Rosário (centro), onde se lançaram fortes críticas à política oficial. Buzzi disse que “nem tudo foi resolvido” com a decisão de suspender os impostos móveis sobre as exportações, pois “há muitos temas pendentes a serem resolvidos”.
Na conversa de quase duas horas com Cheppi, os dirigentes abordaram diferentes temas, como a situação da produção de lácteos, tabaco, pêras e maçãs, entre outras, além da criação de gado.
Buzzi disse que também foi discutido com o novo funcionário a necessidade de diferenciar os impostos sobre as exportações para os pequenos e médios produtores.
Segundo o presidente das Confederações Rurais Argentinas, Mario Llambías, Cheppi lhes pediu “paciência” para analisar todos os temas pendentes, mas o dirigente rural deixou claro a necessidade de “soluções imediatas, pois o tempo está se esgotando para algumas produções”.