Quem planta, comemora. Quem compra, está preocupado. Com a disparada nos preços do milho, o produtor espera uma nova alta para vender melhor. Já os criadores de aves e suínos não conseguem a matéria-prima para alimentar os animais. O governo promete intervir, liberando parte das seis milhões de toneladas estocadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás para abastecer as regiões onde está difícil comprar do produtor.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ser os primeiros beneficiados pelos leilões do governo. A data ainda não foi definida, mas a expectativa é de que a venda dos estoques do Centro-oeste para abastecer o sul aconteça ainda em outubro.
Apesar de não ter determinado a quantidade a ser liberada, o Ministério da Agricultura afirma que o volume será pequeno; provavelmente, de 50 mil toneladas. A intenção é impedir novas altas, sem derrubar os preços.
? Nós, colocando um pouco de produto no mercado, vamos dar um sinal para este mercado de que não muito espaço para altas excessivas no segundo semestre ? diz o coordenador da Secretaria de Política Agrícola, Sílvio Farnese.
Mesmo assim, o economista estima que o milho deve continuar valorizado. Além de suscetível a problemas climáticos, a área destinada ao cultivo está diminuindo.
? Alguns setores já dizem que chegou ao máximo que poderia chegar. Mas, se chegou ao máximo, pode se manter em torno desse preço e isso também não é uma notícia muito boa – principalmente para os consumidores e os produtores de aves e suínos, porque encarece o custo de produção ? diz o economista Newton Marques.