– As exportações de grãos contribuíram para o resultado de março – disse a secretária.
A expectativa para a balança comercial de 2013, segundo ela, segue inalterada desde o início do ano. A secretária reafirmou a perspectiva de volumes de vendas externas próximos aos recordes verificados nos últimos dois anos.
Tatiana apontou que o resultado do primeiro trimestre da balança comercial, apesar de deficitário em US$ 5,150 bilhões, ficou dentro das expectativas do MDIC e que gostaria de ver “o quanto antes” o impacto das importações de petróleo feitas pela Petrobras no ano passado nas contas da balança. A secretária salientou que, ao mesmo tempo que houve um aumento das compras de derivados de petróleo pelo Brasil, houve diminuição das exportações de petróleo.
Do saldo de março, US$ 19,323 bilhões foram resultados de exportações e US$ 19,159 bilhões, de importações. Apesar de superavitário, foi o resultado mais fraco para o mês desde março de 2001, quando houve déficit de US$ 274 milhões.
De acordo com dados do MDIC, as vendas de semimanufaturados foram as que mais contribuíram para o aumento das exportações, com elevação de 17,2% sobre março de 2012. Os principais produtos responsáveis foram cobre, açúcar bruto, alumínio bruto, couros e peles, celulose, ferro fundido e ligas de ferro. Os manufaturados registraram elevação mais modesta de 4,1% e a comercialização de básicos teve recuo de 3,7% na comparação com 2013.
Os manufaturados que puxaram a elevação nas vendas externas foram plataforma para extração de petróleo, hidrocarbonetos, suco de laranja congelado, automóveis de passageiros, motores e geradores elétricos e açúcar refinado.
Quanto aos produtos básicos, os itens da pauta que puxaram o recuo nas vendas foram trigo em grão, petróleo bruto, algodão bruto, folhas de fumo, minério de cobre, farelo de soja, grão de café, carne suína e minério de ferro. Por outro lado, cresceram no mês as exportações das carnes de frango e bovina, de milho e soja em grão.
Com relação aos mercados compradores, tiveram recuo as vendas externas para Estados Unidos (-5,6%), América Latina e Caribe (-16%) e União Europeia (-6,9%). Houve alta nas exportações para Europa Oriental (+26%), África (+12%), Oriente Médio (+10,1%), Mercosul (+7,2%) e Ásia (+1,7%).
Início do escoamento
A virada no resultado da balança comercial brasileira, que reverteu nos últimos dias de março a tendência negativa que vinha apresentando desde o início do ano, está ligada ao início do escoamento da safra agrícola, explicou o economista da Tendências Consultoria Integrada Bruno Lavieri.
– Normalmente em março temos uma melhora na balança frente aos meses anteriores por conta do início do escoamento da safra agrícola.
A projeção da Tendências é de saldo de US$ 12,5 bilhões no fechamento de 2013. Ele ressalta, contudo, que ainda há questões que podem influenciar o comércio mundial neste ano.
– Os países desenvolvidos ainda estão patinando. A China, por mais que esteja crescendo, está vivendo uma mudança de dinâmica, mais voltada para o mercado doméstico. E há também uma questão política, pois, com esse fraco desempenho econômico, algumas economias vêm aumentando esse protecionismo.