O produtor rural Nilson Brongnoli planta soja em vários municípios da região sul de Mato Grosso do Sul. Ao todo são 10 mil hectares, sendo que 70% da plantação já foi colhida. A produtividade média, que no ano passado foi de 55 sacas por hectare, este ano caiu para 40 sacas. O agricultor ainda enfrenta outro problema: o calor excessivo das últimas semanas comprometeu o fechamento de ciclo da lavoura e antecipou a colheita. Os grãos ficaram esverdeados e são desvalorizados na hora da comercialização.
O maior problema da soja esverdeada aparece na hora de entregar o grão para o armazém. Geralmente a margem de tolerância das empresas para este tipo de grão gira em torno de 8% a 10% e uma quantidade acima desta média implica em descontos para o agricultor. Ou seja, a rentabilidade fica comprometida.
Foi o que aconteceu com o produtor Pedro Lima. Ele já colheu metade da lavoura de mil hectares e também está tendo problemas com a qualidade dos grãos. Na última entrega que fez à empresa armazenadora não conseguiu escapar dos descontos. O carregamento teve 20% de grãos esverdeados, ou seja, descontada a margem de tolerância (10% neste caso), o produtor foi penalizado em 10% do volume entregue, o que equivale a cerca de R$ 160,00 pela produção de cada hectare que colheu.
Como o grão esverdeado é conseqüência das altas temperaturas, os especialistas reconhecem que evitar este tipo de perdas é um trabalho difícil.
? Plantar de maneira escalonada nesta região sul do Estado é a melhor saída, obedecendo às indicações de cultivares, e os melhores períodos para plantio ? afirma o engenheiro agrônomo da Fundação MS, Dirceu Luiz Broch.