A pandemia do novo coronavírus está afetando de forma distinta os preços domésticos e internacionais dos grãos, aponta a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio. Em relatório enviado em primeira mão ao Canal Rural nesta quarta-feira, 15, a empresa diz quais são tendências.
Soja
A tendência para a oleaginosa é de alta no mercado interno, com a desvalorização do real e exportações aquecidas, que devem bater novo recorde em agosto, segundo a Cogo. “No acumulado de 2020, o contrato maio recuou 5% na Bolsa de Chicago, enquanto a cotação em Paranaguá registra uma alta de 15,4% no mesmo comparativo”, informa.
Milho
O cereal sofre pressão baixista no mercado externo, com a forte queda do preço do petróleo reduzindo a competitividade do etanol produzido nos Estados Unidos, que destina mais de 40% da produção interna de milho para o biocombustível.
“No acumulado de 2020 até esta quarta, 15, o contrato maio recuou 14,5% em Chicago, enquanto o Indicador Esalq/BM&F subiu 13,6% neste período”, diz.
Segundo a consultoria, o preço interno acumula uma forte alta de 51,1% nos últimos 12 meses, mas já caiu 6,3% nos últimos 30 dias, com as quedas externas e retração dos compradores.
Algodão
O algodão é pressionado pela forte baixa do petróleo que barateia o custo das fibras sintéticas, com pressão negativa também no mercado interno.
Trigo, arroz e feijão
Já o trigo e o arroz acumulam fortes altas globais, que estão sendo repassadas aos preços domésticos desses grãos, também alavancados pela demanda interna aquecida. Esse último fator também ocorre com o feijão, com consumidores formando estoques diante da pandemia de Covid-19.