O carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja, embarcou em agosto deste ano cerca de 2,430 milhões de toneladas da matéria-prima, contra 3,6 milhões de toneladas registradas em 2011.
Segundo o analista Bruno Perottoni, o pico da exportação acontece tradicionalmente em julho e, depois desse período, normalmente ocorrem quedas. Para o analista, a greve dos fiscais agropecuários contribuiu para o menor volume embarcado. No Porto de Paranaguá, o mais tradicional do país na exportação de grãos, dos 120 navios que aguardavam autorização para atracar, 20 deixaram o complexo sem nenhuma carga.
No Porto de Santos, o maior da América Latina e responsável pela movimentação de açúcar, a greve também interferiu negativamente e puxou as exportações para baixo. De acordo com o consultor de mercado Paulo Costa, além do movimento grevista, outros fatores também contribuíram para a queda de 23% nas exportações de açúcar. Um dos motivos está no atraso de até 40 dias para o início da colheita da cana, como é o caso do Centro-Sul, maior região produtora do país.
Notícias Relacionadas
Além da soja e do açúcar, também o café registrou queda nas exportações. Apenas entre julho e agosto, o Brasil deixou de vender em torno de 1,5 milhão de sacas. Na avaliação do diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café no Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, o motivo para a queda é bem semelhante com o que ocorreu com o açúcar. Segundo ele, em agosto do ano passado, o Brasil exportou cerca de 33,5 milhões de sacas. Já em 2012, apesar do balanço do mesmo mês ainda não ter sido divulgado, a previsão é de que o país alcance 29 milhões de sacas embarcadas.
Mesmo com a greve dos fiscais agropecuários e com a queda das commodities o milho registrou alta nos embarques. No começo do ano especialistas estimavam que o Brasil exportaria algo em torno de 14 milhões de toneladas. No entanto, a safra norte-americana aumentou as expectativas, o que pode fazer com que este número chegue a quase dobrar.
