O protesto ocorre no início da colheita de soja e milho e prejudica a entrada dos alimentos nos 15 portos do corredor agroexportador de Rosario, o maior do país, e nos cinco de Buenos Aires.
– A medida de força será por tempo indeterminado, até que o governo federal cumpra o compromisso de melhorar as tarifas e dar melhores condições ao setor – disse Aniceto.
Ele afirmou que as reivindicações atuais foram as mesmas que levaram os transportadores a uma greve em outubro e um posterior acordo com o governo.
– Nenhum dos pontos acertados naquele dia 31 de outubro foi cumprido e, agora, queremos que sejam cumpridos – disse Aniceto. A greve afeta o transporte das províncias de Santa Fe, Buenos Aires, Córdoba, Santiago del Estero, Entre Ríos, Corrientes, La Pampa e San Luis.
No período da colheita, conforme as condições climáticas, os portos recebem entre 5 mil a 10 mil caminhões por dia. Cada um leva uma carga que varia entre 28 mil a 30 mil quilos, conforme dados da Fetra. A Central Geral do Trabalho (CGT) de Santa Fe está apoiando o movimento dos transportadores, o que poderia complicar o embarque das exportações no complexo agroexportador de San Lorenzo, o maior de todos. Para cada hora de espera de um navio nos portos há um prejuízo de US$ 10 mil, segundo estimativas da Fetra.
No ano passado, a greve provocou disparada dos preços da soja e do milho na Bolsa de Chicago (CBOT). O acordo assinado pela Fetra e a Secretaria de Transportes no ano passado estabelecia uma tarifa mínima, similar à existente em Santa Fe, mas que não está sendo cumprida pelas outras províncias.
– Temos uma planilha tarifária fundamentada por pesquisas e estudos e queremos que seja cumprida porque há uma enorme distorção nos preços das tarifas – disse Aniceto.
A federação planeja realizar 70 manifestações e piquetes durante o dia em diferentes rodovias do país, além de 40 em Córdoba e Rosario, cada uma, e 85 em Buenos Aires. Representantes portuários disseram que as processadoras estão com armazéns esvaziados. Piquetes são realizados nos acessos às unidades processadoras da Bunge, Cargill e Louis Dreyfus.