Em plena crise econômica e com problemas climáticos que geraram prejuízos aos produtores de Mato Grosso, a comemoração de 10 anos do Grito do Ipiranga se transformou em uma retomada da mobilização dos produtores rurais em busca de políticas para o setor. Em Ipiranga do Norte, uma nova carta foi entregue aos governos e entidades do agronegócio, com uma lista de pedidos que vai de acesso ao crédito à logística.
Os dez principais pontos que constam no documento são:
1 – Ampliação do acesso ao crédito oficial, com juros menores e retirada de exigências como hipoteca e penhor de máquinas;
2 – Mudança de conceito do seguro agrícola, que hoje é voltado apenas para garantir crédito e não para salvar a renda perdida com a frustração de safra;
3 – Eficiência logística, com investimento no transporte intermodal e a imediata conclusão da BR 163;
4 – Legislação específica para garantir a qualidade dos fertilizantes e das sementes;
5 – Segurança jurídica na propriedade e segurança física no meio rural. Incluindo a regularização dos assentamentos de reforma agrária, cerca de 100 mil produtores no estado estão sem escritura das terras;
6 – Investimento em pesquisa para explorar e produzir fertilizantes;
7 – Criação de empresa pública para desenvolver tecnologias para aplicação direta na cultura da soja;
8 – Substituir o Prêmio de Escoamento de Produtos (PEP) por um fundo que permita ao produtor acessar contratos de opção e seguro agrícola;
9 – Revogação da lei que institui a contribuição social do produtor rural de 2% sobre produtos comercializados;
10 – E evitar a criação de novos impostos.
O Grito do Ipiranga 2016 aconteceu no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) da cidade. Mais de dois mil produtores participaram do evento, além da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-MT) e da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).