Grito da Terra em Goiânia reivindica assistência técnica a pequenas propriedades

Falta de mão-de-obra e recursos da Emater emperram desenvolvimento da agricultura familiar na regiãoTrabalhadores rurais e assentados da reforma agrária realizam em Goiânia o movimento Grito da Terra Goiânia.  A mobilização pede mais atenção do governo estadual com a assistência para as pequenas propriedades rurais.

Os manifestantes de 220 assentamentos goianos iniciaram a concentração na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Goiás (Fetaeg), em Goiânia. Segundo a organização, mais de 2 mil pessoas participaram da marcha. Na pauta de reivindicações está a assistência técnica.

? Com o governo do Estado nós queremos tratar a assistência técnica para os agricultores familiares com a estrutura da Emater. Porque entendemos que sem assistência técnica não temos projetos bem elaborados, não temos acompanhamento da execução desses projetos. Com isso, há uma dificuldade na produção e no endividamento da agricultura familiar,  o que vem acontencendo aqui no Estado de Goiás ? explicou o presidente da Fetaeg, Elias D’angelo.

A dificuldade da Emater é sentida pelos próprios funcionários.  São 180 técnicos para atender 246 municípios. A reclamação também é por conta da falta de aplicação dos recursos para financiar os projetos agricultura familiar.

? O Estado de Goiás é o único Estado do Brasil que decresceu o volume de recursos aplicados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, em função da falta de assistência técnica, de uma empresa que realmente consiga aplicar rapidamente os recursos.  Aqui a autarquia é altamente burocrática, não consegue pegar os recursos e nós temos o pior ainda:  nós do Estado de Goiás estamos devolvendo recurso. Recurso de 2008 até hoje não foi aplicado por causa da burocracia que existe dentro do Estado ? conta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do setor Público Agrícola de Goiás, Mauro Cesar.

O Grito da Terra em Goiás seguiu em marcha pelas principais avenidas do Estado até a Assembleia Legislativa. O Superintende regional do Incra, Jorge Tadeu Jatobá, afirmou aos manifestantes que sua nova equipe vai manter o diálogo com os assentados e com as 6 mil famílias sem-terra que aguardam uma definição:

? Essa equipe tem as suas dificuldades, sim, mas ela está comprometida com esse trabalho, está comprometida em estabelecer o diálogo, a transparência nas suas ações, discutir conjuntamente as prioridades. Sempre procurarmos juntos superar os obstáculos ? afirmou o Jorge Jatobá.