Com tratores, os assentados impediram a entrada e a saída de funcionários do Executivo durante a manhã. Eles querem que a Prefeitura do município resolva o impasse.
A invasão foi feita por moradores que já haviam ocupado um conjunto habitacional, do programa federal Minha Casa Minha Vida, que teve as obras embargadas há quatro anos. O grupo sem-teto, formado por 189 famílias, afirma que tentou regularizar a compra dos imóveis com a Caixa Econômica Federal, mas não conseguiu.
– A gente está há quase dois anos aqui tentando negociar, nós queríamos pagar pelos sobrados, mas foi tudo em vão. Ocupamos aqui, para a Prefeitura nos enxergar e tentar, ou nesse terreno, ou em outro em Eldorado do Sul, uma moradia digna para a gente morar. Não queremos exatamente aqui, qualquer outro local em Eldorado do Sul, porque todos trabalham aqui – diz a dona-de-casa Naina Anele.
A ocupação começou há três dias, depois da reintegração de posse do loteamento ser expedida. Antes que o despejo fosse feito, as famílias começaram a se alojar em barracas, no terreno do assentamento, que fica ao lado dos prédios. A área é usada pelos agricultores assentados para pecuária de corte e leite.
– A gente retirou o gado de leite e também a vaca de corte, porque foi retirada a cerca e nosso gado está indo para a cidade, que é perto, a rodovia também. Estamos respondendo a processo, porque nossos cavalos foram para a rodovia, porque foi retirada a cerca – prostesta o agricultor Getulio dos Santos Machado.
De acordo com os agricultores, mais de 70 famílias vivem no assentamento. No local, além da pecuária, eles se dedicam ao cultivo de hortaliças e arroz orgânico. Uma contenção está sendo feita para tentar impedir novas invasões. Os assentados não são contrários às reivindicações dos sem-teto, mas exigem que as autoridades locais levem as famílias para outro local.
O prefeito da cidade se reuniu com uma juíza do Fórum municipal durante a manhã. De acordo com ele, um encontro ficou marcado com o comando regional da Brigada Militar, para fazer as desocupações e coibir novas invasões.
– Na verdade, é um movimento que está ocorrendo em toda a região metropolitana, a gente tem informações que mais famílias estão vindo para o nosso município, e o município não tem condições de receber mais famílias. Nós já temos nossos problemas habitacionais, então vamos fazer uma ação enérgica para coibir novas invasões. Estamos aguardando a decisão da juíza, para que o oficial de Justiça, junto com a Brigada Militar faça a reintegração de posse das áreas ocupadas – afirma o prefeito de Eldorado do Sul, Sérgio Munhoz.
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