O Ministério do Comércio da China divulgou comunicado nesta quinta-feira, 9, no qual afirma que lamenta a decisão dos Estados Unidos de levar adiante novas tarifas nesta sexta-feira, 10. O governo de Pequim prometeu retaliar caso o aumento das taxas se confirme. A pasta, no entanto, não deu detalhes sobre sua possível ação no caso, mas disse que tem mantido suas promessas nas negociações.
O aumento de taxas, de 10% para 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, foi confirmado pelo Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos (EUA). No documento, publicado no Diário Oficial americano, o escritório afirmou que as tarifas serão elevadas na sexta-feira.
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No domingo, o presidente americano, Donald Trump, anunciou através de sua conta no Twitter que elevaria as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses e ameaçou o país com uma rodada extra de tarifas mais adiante. Trump reclamou da dificuldade das negociações comerciais e disse que a China tentava recuar em compromissos assumidos anteriormente.
“Há 10 meses, a China tem pagado tarifas para os Estados Unidos de 25% sobre US$ 50 bilhões de alta tecnologia, e de 10% sobre US$ 200 bilhões em outras mercadorias. Esses pagamentos são parcialmente responsáveis por nossos excelentes resultados econômicos. Os 10% vão até 25% na sexta-feira”, disse o presidente norte-americano na rede social.
A decisão de Trump acontece na semana em que o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, visita o país norte-americano. Mesmo com a ameaça de Trump de elevar as tarifas, a viagem representante da China aos EUA foi confirmada. O encontro com a delegação americana deve acontecer entre quinta-feira e sexta-feira e o objetivo é continuar as negociações comerciais.
China volta atrás em pontos do acordo
Na quarta-feira, 8, o mercado repercutiu a notícia de que a China havia voltado atrás em importantes pontos do acordo comercial com os Estados Unidos após a ameaça de aumento da taxação.
De acordo com a consultoria Agrifatto, a informação poderia afastar novamente a expectativa de uma resolução da disputa no curto prazo. No entanto, a medida também foi entendida como uma pressão de Pequim para que os Estados Unidos não elevassem as taxações sobre as importações chinesas, o que de fato não aconteceu.
Entenda o caso
Após cúpula no fim do ano passado entre norte-americanos e chineses, em fevereiro, os Estados Unidos haviam adiado o aumento de taxas sobre US$ 200 bilhões. Agora, o representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, acusa a China de negligenciar compromissos anteriores.