Helicoverpa armigera: conheça a lagarta e veja ações de manejo para combatê-la

Praga tem alto poder de destruição e está causando grandes prejuízos em lavouras do BrasilA Helicoverpa armigera é uma lagarta que vem causando inúmeras perdas em lavouras brasileiras desde 2012 e tem surpreendido produtores e pesquisadores por seu poder de destruição. Até o início de 2013, a praga não havia sido identificada no Brasil, por isso produtores e pesquisadores pensavam que a causadora dos prejuízos seria a Helicoverpa zea, conhecida como lagarta da espiga do milho. De acordo com a Embrapa, a campo, é quase impossível identificar a Helicoverpa armigera e separá-la da subes

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A classificação da espécie Helicoverpa é complexa e requer conhecimentos muito específicos de suas estruturas reprodutivas. Na safra 2012/2013, em amostras de lavouras de soja, milho e algodão da Bahia, Paraná, Mato Grosso e Distrito Federal, a Embrapa identificou, com base no aparelho reprodutor masculino e na análise molecular de adultos, a armigera.

A espécie foi regulamentada pela Embrapa como quarentenária A1 para o Brasil. Pragas quarentenárias A1 são aquelas não presentes no país, consideradas de alto risco e como potencial de causar importantes danos econômicos. Há relatos de mais de cem espécies de plantas que podem ser hospedadas e atacadas pela Helicoverpa armigera, inclusive outras culturas comerciais – além de milho, soja e algodão -, como feijão, sorgo e tomate.

A fase de lagarta da espécie armigera ataca preferencialmente as partes de frutificação das plantas, podendo também se alimentar de partes vegetativas, como folhas e hastes. A Helicoverpa armigera tem alto grau de polifagia [variedade de espécies e partes de plantas que come], ataca várias espécies agrícolas, bem como hospedeiros selvagens. A praga se alimenta mais rápido que outras pragas presentes no Brasil, por isso seu potencial de destruição é grande.

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A subespécie tem alta capacidade de adaptação a diferentes ambientes, climas e sistemas de cultivo. Apresenta, ainda, uma elevada capacidade de reprodução e sobrevivência e tem potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas. A dose de produtos necessários para o controle da praga é maior na comparação com outras, o que torna o controle mais difícil. Esse conjunto de características está preocupando produtores e pesquisadores brasileiros.

Proliferação da lagarta

Segundo a Embrapa, a utilização de cultivares transgênicos – alguns com resistência a herbicidas -, o uso de sementes não certificadas por alguns produtores e a implantação da “ponte verde” (uma sequência ininterrupta de lavouras que beneficia pragas como a Helicoverpa armigera) contribuem para uma significativa mudança na diversidade de espécies vegetais invasoras e na ampliação de espécies causadoras de doenças e artrópodes associados às plantas cultivadas.

Essa situação acaba propiciando o surgimento de pragas e doenças anteriormente reconhecidas como secundárias, ou ainda pragas restritas a uma ou outra cultura que passam a atacar todas as demais culturas. Os agentes de competição interespecífica (pragas, doenças, ervas daninhas) têm sido controlados com agrotóxicos, muitas vezes de forma recorrente e ineficaz, com pulverizações sem rigor técnico e sem o devido monitoramento das pragas.

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Controle

Após os prejuízos causados pela lagarta na última safra de algodão, principalmente na Bahia, e também em lavouras de soja e de milho em diversas regiões do Brasil, o governo federal se mobilizou para desenvolver ações de combate e de defesa contra essa ameaça.

Para conter o avanço da subespécie, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura publicou, no dia 22 de abril de 2013, no Diário Oficial da União (DOU), a Instrução Normativa (IN) número 12, que define regras para prevenção, contenção, controle e erradicação da lagarta armigera.

O uso de controle químico é indicado como uma medida emergencial. Entre as ações de manejo integrado sugeridas pelo Ministério da Agricultura para evitar e combater a Helicoverpa armigera, estão:

– A utilização da rotação de culturas, destruição de plantas vivas voluntárias [guaxas] e restos culturais;
– A adoção de manejo integrado de pragas de forma emergencial;
– A utilização de armadilhas, iscas e outros métodos de controle físico;
– A adoção do período de vazio sanitário;
– A adoção de áreas de refúgio no plantio;
– A semeadura das culturas de soja, milho e algodão no menor tempo possível, para reduzir o período de disponibilidade de alimento para a praga;
– O uso de controle biológico, como a liberação de insetos parasitoides e predadores, fungos, bactérias e vírus que atacam a praga, reduzindo sua população;
– O uso de cultivares que reduzem a população da praga.

Para a Embrapa, além de medidas emergenciais a serem adotadas para o restabelecimento do equilíbrio nas lavouras, como o estabelecimento de um consórcio para alerta da ocorrência da praga (Consórcio Manejo Helicoverpa), é fundamental a adoção de práticas do Manejo Integrado de Pragas já desenvolvidos pela pesquisa, como o planejamento da área de cultivo, o monitoramento contínuo de pragas, a utilização do controle biológico, o registro emergencial e o uso de inseticidas químicos e biológicos, além da tecnologia de aplicações de agrotóxicos e bioinseticidas.

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Prejuízos

Os prejuízos causados pela Helicoverpa armigera no Brasil ainda não foram mensurados. Segundo a Embrapa, é preciso uma validação dentro de estudos econômicos para mensurar as perdas causadas pela lagarta. Sabe-se, no entanto, que a armigera é considerada um problema grave, tendo afetado lavouras de vários segmentos, principalmente a produção de algodão na Bahia.

Leia mais:
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* Com informações da Embrapa e Ministério da Agricultura