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Helicoverpa encontrada na buva gera alerta para cuidados na entressafra

Especialistas destacam importância do manejo antes da semeadura para que a praga não se hospede nas plantas daninhas, como ocorreu em Dourados (MS)Nos últimos dias, produtores de grãos da Coamo Agroindustrial Cooperativa de Dourados, em Mato Grosso do Sul, encontraram uma infestação da lagarta Helicoverpa na buva, planta daninha de entressafra que ocorre nas lavouras de trigo, soja, milho, entre outras. A área estava sendo preparada para o plantio de soja. Especialistas do setor alertam para as precauções necessárias para esses períodos, já que a buva pode se tornar uma hospedeira para a praga e facilitar o acesso às próximas culturas a se

– Ter um hospedeiro entre o plantio de milho, soja, algodão é uma facilidade para a lagarta, e a buva parece ser um excelente hospedeiro, então a situação pode complicar – pontua o consultor do Projeto Soja Brasil Áureo Lantmann.

>> Veja fotos da lagarta encontrada em Dourados

O engenheiro agrônomo e doutor em Entomologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Crébio José Ávila, afirma que a gravidade do problema está no sequente plantio da soja. Segundo ele, se não for realizado um bom controle da lagarta na buva, há risco de os insetos ficarem adultos e colocarem os ovos nas plantas de soja, “o que requererá necessidade de aplicações de inseticidas”. Ele sugere o controle imediato da praga na planta daninha.

– A prevenção correta se trata de controlar a população de lagartas que está na buva, visando reduzir os problemas futuros com a cultura da soja. Se predominarem as lagartas pequenas, o controle será mais fácil, sendo suficiente uma pulverização. No entanto, se nessa buva tiver grande quantidade de lagartas grandes, provavelmente serão necessárias aplicações sequenciais de inseticida, com intervalo de 5 a 6 dias, pois com lagartas grandes, a pulverização não será completamente eficaz – explica Ávila.

Nas lavouras onde foram verificadas as lagartas na buva, os agricultores não haviam passado dessecante para eliminar planta daninha antes da semeadura da soja. Lantmann destaca que, para evitar que a buva cresça antes do plantio, é necessário fazer a dessecação da lavoura 30 dias antes da semeadura da soja, eliminando assim qualquer matéria verde que possa servir de alimento para a lagarta.

– Se não fizer uma boa dessecação, você vai ter massa verde entre o período de uma cultura e outra. Isso vai dar a chance para a helicoverpa permanecer na lavoura.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, a espécie é considerada polífaga, podendo atacar um grande número de plantas, sendo a buva uma delas. Ele aponta para a possibilidade de a praga ter migrado de outras plantações na região:

– As lagartas estavam provavelmente em outra cultura, como por exemplo no milho safrinha, e quando milho foi colhido e sobrou a buva, que normalmente vegeta antes do plantio da soja, os adultos da praga fizeram a postura na planta daninha, onde se desenvolveu a lagarta – diz Ávila. 

O pesquisador acrescenta que, provavelmente, a praga esteja na região sul de Mato Grosso do Sul desde o início de cultivo do milho safrinha, porém, ainda em baixa população.

– Acreditamos que ela [Helicoverpa] tenha desenvolvido no milho e, com a sua colheita, ela tenha sobrevivido em outras pontes verdes na entressafra, incluindo culturas como aveia, girassol, feijão e as plantas daninhas, como a buva.

Lantmann relata que na expedição Soja Brasil realizada em 2012/2013, eles encontraram muita buva nas lavouras da oleaginosa de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em muitas plantações, havia mais buva do que a própria soja. Neste ano, ele diz que a buva está tendo um comportamento diferente em relação ao glifosato, o que pode favorecer a helicoverpa.

– Esse ano a buva vai vir com uma incidência tão grande como no ano passado, pois ela está apresentando resistência a herbicidas.

– A mensagem a ser seguida é que precisamos segurar essa praga agora no início da cultura, para termos menos problemas durante o período de cultivo da soja – conclui Ávila.

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