Parte da plantação de 400 hectares do produtor rural Dalmo Sávio Martins Pereira está praticamente pronta para colheita. No ano passado, ele colheu uma média 275 arrobas por hectare. Este ano, apesar não ter um número exato do que será colhido, sabe que a colheita será inferior, por conta da infestação com a lagarta Helicoverpa armígera.
– A gente fica preocupado porquê aqui na nossa região, a gente registra temperaturas de até 7ºC no inverno e a lagarta continua atacando as culturas no campo. Vamos poder medir o grau de agressividade dela na próxima safra de verão, num período que dificulta a persistência da lagarta – diz Dalmo.
O agricultor se saiu bem no combate a praga, comparada a outros produtores de algodão de Goiás. Isso porquê percebeu logo cedo a presença da lagarta e intensificou a quantidade de defensivos. Até agora, a helicoverpa já foi diagnosticada em 12 Estados brasileiros. Bahia e Mato Grosso do Sul foram os mais prejudicados, mas a lagarta também foi registrada em Maranhão, Tocantins, Piauí, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
De acordo com a Fundação Goiás, o Estado teve a menor perda na produtividade. Mesmo assim, o prejuízo no cultivo do algodão é alto – de 20 a 25% em relação à safra anterior.
– As regiões que tiveram maior problema e puxaram esse índice pra cima são aquelas na divisa com os Estados que tiveram problema maior, infelizmente. À medida que isso foi avançando para dentro de Goiás, a gente foi conseguindo prevenir, assim, conseguimos passar com menos prejuízo em relação aos outros Estados.
Para o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), se não houver mais investimento público para combater as pragas, o prejuízo na próxima safra pode ser maior.
– Nós já investimos R$ 12,6 milhões e temos contratados R$ 35 milhões, estamos fazendo a nossa parte. Mas o IBA tem limitação em fazer pesquisa tecnológica, e cabe ao Ministério da Agricultura, em conjunto com Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério do Meio Ambiente, registrar novos produtos pra combater as pragas – principalmente essa nova agora, a helicoverpa – diz Gustavo Prado, diretor técnico do IBA