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Em Sorocaba (SP), cidade que já foi uma grande produtora de feijão, atualmente tem poucos produtores apostando na cultura, justamente pelo alto risco, já que os preços nem sempre coincidem com os custos de produção.
O produtor de Sorocaba, Carlos Augusto Matielli, este ano, apostou no feijão, ao invés de plantar milho. O grão já está quase no tempo de ser colhido, mas a produção não vai ser o que estava sendo esperada. Ele conta que a aposta não deu certo.
– Nós plantamos o feijão porque é de ciclo rápido. O milho leva seis meses, o feijão dois meses, mas com a falta de chuvas caiu a produtividade dele, junto com a infestação da lagarta da soja – relatou Matielli.
Os prejuízos estão calculados acima de 30%. Essa foi a primeira vez que a praga atacou a lavoura de Matielli, que já pensa em outras opções para substituir o feijão.
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– O preço continua razoável, não para o produtor, mas para o consumidor. Para o produtor deve estar saindo em torno de R$ 100,00 a saca com 60 quilos, quando isso dá menos de R$ 2,00 o quilo – afirmou Matielli.
A reclamação não é só de Matielli. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP) está recebendo reclamações de várias cidades. Os cooperados estão enviando amostras de lagartas, que identificaram como armigera, para que seja feita a confirmação.
– Juntando a produção de modo geral – de algodão, feijão e soja – do Estado, chegou-se ao valor de R$ 2,5 bilhões. Considerando o que as cooperativas me disseram, que vai ser uma média de 60% de perda, eu estimo que será R$ 1 bilhão de perdas. Para esta safra de feijão e algodão que colhemos; para essa safra que está sendo colhida de feijão; e para a safra que vai ser colhida de soja – disse a consultora de Desenvolvimento em Mercados da Sescoop, Flávia Maria Sarto De Oliveira.
A instituição ainda não recebeu o parecer técnico, que diagnostica se a espécie da helicoverpa encontrada é mesmo a armigera, mas já pede para que as cidades fiquem em alerta, principalmente as que estão perto da fronteira com os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que decretaram estado de emergência fitossanitária por causa da lagarta.