Segundo ele, esta era uma avaliação que refletia “um discurso fácil” de que a trajetória do dólar ante a moeda brasileira seria sempre cadente. Os críticos, disse Meirelles, não avaliaram a sério o alerta de que diversas causas influenciavam a taxa de câmbio, como a aversão ao risco internacional, o fluxo de capitais, os preços das commodities e, no médio prazo, a evolução da conta corrente.
Ao fazer nesta manhã um grande retrospecto sobre os resultados alcançados durante os 11 anos do regime de metas de inflação no Brasil, Meirelles defendeu a prática de uma política macroeconômica comprometida com a estabilidade, que permitiu, em sua avaliação, ações eficazes por parte da autoridade monetária nesse período.
O presidente do BC comentou ainda o desempenho do País durante a crise financeira global, cujo período mais agudo foi iniciado em setembro de 2008.
? As previsões para 2010 continuam crescentes, depois de enfrentarmos os efeitos da crise em 2009. O Brasil foi o último país a entrar na crise e um dos primeiros a sair ? repetiu.
Meirelles observou ainda a qualidade dos instrumentos usados pelo País para minorar os impactos negativos da crise na economia brasileira, como a utilização de reservas “para substituir o sistema financeiro internacional” e os empréstimos em dólar para bancos e empresas brasileiras honrarem suas obrigações no exterior e suas necessidade à frente.
Indagado por jornalistas, Meirelles comentou a possibilidade de corte de gastos no governo levantada no início da semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para conter o forte aquecimento da economia.
? Vamos aguardar o anúncio das medidas do governo e, como já mencionei, qualquer ajuda é bem-vinda no processo de estabilização da economia ? declarou.
Segundo Meirelles, as medidas estão sendo “seriamente avaliadas”.