O agricultor Celson José Chagas, 37 anos, é um dos idealizadores do projeto, que atende a 108 famílias. Ele explica que o sistema se constitui de um açude em formato de cone no centro da mandala e mais 11 anéis em torno do açude com seis corredores de acesso formando seis partes como um bolo fatiado, com 66 canteiros individuais. A água é distribuída por meio de mangueiras.
José Chagas explica que a mandala é uma forma de agricultura na qual a terra é explorada sem a destruição dos recursos naturais. A produção permite uma renda de R$ 250 semanais.
? Vimos que é possível produzir alimentos de qualidade em pequenas áreas e de maneira diversificada. Na mandala, produzimos vários tipos de verduras, frutas e ervas medicinais ? explica.
As arvores frutíferas têm a função de quebrar o vento, fazer sombreamento, abrigo para pássaros, além de aproveitar a fertilidade do sistema. Na adubação, são usados estercos curtidos, compostos orgânicos, cinzas, pó de rocha de basalto, fosforita e palhada com cobertura dos canteiros e corredores. O manejo é feito de forma manual, com um garfo para afrouxar o solo sem removê-lo.
No assentamento Contestado, cerca de 35% das famílias produzem de forma agroecológica e atualmente estão organizando cooperativas para compra , venda e industrialização dos produtos orgânicos que, por enquanto, são vendidos para programas sociais mantidos pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
A 9ª Jornada de Agroecologia ocorre na cidade de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, até este sábado, dia 22.