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Agricultor familiar mostra como esticar a vida útil dos alimentos

Conheça as dicas para que seus produtos permaneçam por mais tempo nas prateleiras dos pontos de venda

Fonte: Planalto/Divulgação

Os cuidados para evitar o desperdício de alimentos já começam na hora da colheita. Com alguns cuidados básicos, o agricultor familiar pode aumentar a vida útil da produção e colaborar para que menos alimentos tenham como destino a lata de lixo.

Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), de 2013, mostram que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados, por ano, no mundo. Desses, 10% são perdidos já no campo e 50% no transporte e manuseio.

No caso do agricultor familiar, que não produz em larga escala, quanto menos perder na colheita e pós-colheita, maior será o seu ganho financeiro.

De acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Dantas Costa Junior, extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF), os agricultores familiares são orientados a manusear o mínimo possível os alimentos para aumentar a sua vida útil.

Cuidados simples na hora de colher frutas e hortaliças, como deixá-los à sombra e acondicioná-los direto em caixa limpas, que vão para os pontos de venda, colaboram muito para a preservação dos alimentos. Isso porque, segundo Costa, os produtos são manuseados uma vez só até as gôndolas, aumentando a sua qualidade.

O fato também de não mudar de caixa faz com que se evite os famosos “machucados”. Já que, uma caixa devidamente limpa contém menos bactérias e fungos responsáveis por acelerar a degradação dos alimentos.

“Quando o alimento é colhido, passa a não ser mais suprido por água e nutrientes da planta, mas continua vivo, transpirando e respirando. Qualquer situação de estresse aumenta esse processo”, explica.

Cuidados na roça

O agricultor familiar João Nicsuchi Takagi construiu um carrinho manual para evitar que seus produtos, após serem colhidos, tenham contato com o solo. Ele cultiva limões e, em estufas, pimentões e tomates. Sua propriedade fica na região de Pipiripau, área rural de Planaltina, região administrativa do Distrito Federal.

No carrinho, é possível empilhar até três caixas de 22 quilos de hortaliças e frutas durante a colheita. Na sequência, os alimentos seguem para seleção de qualidade. Durante esse processo, as caixas ficam suspensas no teto e, depois, são colocadas sobre palhetes.

Takagi explica que o fato de as caixas não tocarem o solo faz com que sujem menos, facilitando a sua assepsia. “Além de não entrarem em contato com as bactérias do chão”, destaca.

Para prevenir eventuais contaminações, o agricultor ainda tem outros cuidados na hora da colheita dos limões. Ele utiliza uma tesoura para separar a fruta da árvore. Segundo Takagi, a medida evita que o talo seja estrangulado, o que pode resultar na quebra do galho.  “O estrangulamento deixa a planta mais vulnerável e favorece a entrada de bactérias”, ensina.

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