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Calor prejudica produção de tangerina no Rio Grande do Sul

Baixas temperaturas são responsáveis pela reação química que confere doçura à fruta

Fonte: Pixabay

Nesta época, a procura pela tangerina é muito grande no Rio Grande do Sul, mas os produtores estão escolhendo a dedo o que está pronto para ser colhido, já que o desenvolvimento da fruta foi comprometido pela ausência de frio, que mudou tanto o aspecto quanto o gosto da fruta.

O produtor rural João Alberto Hafemeister, de São Sebastião do Caí (RS), cultiva quatro tipos de tangerina em 16 hectares. Ele acha que vai colher em torno de 300 toneladas da fruta esse ano. O volume é bom e está de acordo com a média do estado, que deve chegar a mais de 150 mil toneladas nesta safra. 

A preocupação do momento é a qualidade do tipo Caí, que está com o amadurecimento atrasado em 20 dias. O fruticultor diz que a fruta não tem o grau brix e não está doce. “O pessoal não vai comprar na cidade uma bergamota (como a tangerina é conhecida no estado) verde, que não tem o gosto ainda, porque ela está aguada esse ano”, explica.

A baixa temperatura é importante para que o sabor fique mais adocicado. “A formação da doçura vem da reação química que ocorre dentro do fruto. A sacarose transforma-se em açúcar. Todos os anos isso acontece, e esse ano está mais demorado. Mas, a gente espera que nos próximos 20 ou 25 dias volte ao normal”, explica o técnico agrícola da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado (Emater/RS) Luiz Finkler. Ele destaca que, se o frio vier logo, as frutas que estão saudáveis recuperam o tempo perdido.

Por outro lado, o clima tem favorecido o desenvolvimento do limoeiro, que está saudável e produtivo. Enquanto a tangerina não está pronta, o fruticultor Rodrigo Gossler compensa com a colheita do limão. “Praticamente não para, é o ano todo. Vai tirando toda semana um pouco. Compensa, pois é uma renda mais ou menos fixa. A bergamota depende de safra. Se der errado, perde-se o ano inteiro”, conclui.
 

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