Amplitude térmica é a diferença entre as temperaturas máximas e mínimas durante determinado período. Essa variação, registrada de forma atípica no começo de dezembro, prejudicou as hortas de alface americana em Salesópolis, interior de São Paulo. No dia 9, a estação meteorológica mais próxima do município registrou 7,6ºC e, na data seguinte, os termômetros atingiram quase 30ºC.
A perda do produtor Nelson Makoto com a variação de temperatura chegou a 1.500 pés, equivalente a 30% do que plantou. Com a qualidade da verdura em xeque, o valor de venda cai o suficiente para ele pensar se vale mesmo a pena colher.
Para Makoto, o único jeito de evitar a situação seria uma casa de vegetação, mas o investimento não compensa. “O custo não bate com o que as pessoas estão acostumadas a pagar”, diz.
Demanda fraca, cotações estáveis
Em dezembro, os preços ficaram estáveis na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a maior central de abastecimento da América Latina.
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O vendedor de verduras Wellington dos Santos conta que a procura não cresce tanto nas festas de fim de ano. “O pessoal procura mais a parte de frutas para uma ceia mais aprimorada e colorida. Aí a folhagem acaba ficando de lado”, afirma.
Cirlene Ferreira comprou alface americana pra vender no sacolão em Diadema, Região Metropolitana de São Paulo. Ela vai à Ceagesp pelo menos três vezes por semana. “O preço está bom”, conta, animada.