O comportamento de preço das hortaliças teve predominância de alta em outubro, em relação ao mês anterior. A batata foi o produto com maiores percentuais de aumento de preço. A análise faz parte do 11º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas, divulgado nesta terça-feira, dia 21, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme a estatal, o preço da batata variou nos mercados atacadistas entre 5,95% em Fortaleza (CE) e 98,02% em Curitiba (PR). Este aumento de preço em outubro foi provocado pela diminuição da oferta da safra de inverno, principalmente oriunda do estado de São Paulo.
Quando se analisa a oferta por microrregião deste estado, nota-se a queda principalmente nas microrregiões paulistas de Pirassununga, São João da Boa Vista e Mogi Mirim. No cálculo geral, a batata transacionada nos entrepostos em outubro ficou aquém da de setembro em 17,9%, informam os técnicos da Conab no boletim.
Outra hortaliça que teve aumento de preço em todos os mercados foi a cenoura. Segundo a Conab, a alta também foi influenciada pela oferta, que vem caindo gradativamente. A oferta caiu de 25.972 toneladas em maio para 22.749 toneladas em outubro, nos principais mercados do país. A alta de preço de outubro em relação a setembro ficou entre 11,45% em Fortaleza e 49,96% em Vitória (ES).
Para o tomate, somente nas praças de Goiânia (GO) e Recife (PE) os preços tiveram queda, muito provavelmente em virtude da maior oferta local. Nos demais mercados a alta ficou entre 1,07% na Ceasa (DF), unidade Brasília, e 16,74% na Ceasa (RJ), unidade Rio de Janeiro.
Os preços da cebola também não tiveram movimento uniforme. Em alguns mercados as cotações apresentaram queda, como em Recife (6,52%) e Fortaleza (2,51%). Em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte (MG), os preços ficaram praticamente estáveis. Nos demais, as altas foram pequenas, entre 2,49% em Vitória e 4,23% em Curitiba.
Nos mercados do Nordeste, houve queda por causa da maior oferta das regiões produtoras locais. Entretanto, o pico da oferta já passou, devendo, para o restante do ano, a oferta nordestina declinar. De forma inversa, as regiões produtoras do Sul do país começam a partir de agora a intensificar suas colheitas, predominando no abastecimento do mercado, diz a Conab.
Os preços da alface não tiveram comportamento uniforme. Alta das cotações ocorreram em Recife (35,51%), Brasília (34%), Goiânia (5%) e Rio de Janeiro (2,57%). Estabilidade foi verificada em Fortaleza e Belo Horizonte. Quedas de preço foram constatadas em São Paulo (9,53%), Curitiba (6,57%) e Vitória (1,46%).
A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo mensal também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia). Segundo a Conab, outubro foi marcado pela dominância de queda dos preços para as frutas na maioria dos mercados e oscilação quanto ao volume comercializado. Outra boa notícia é que o preço de algumas frutas natalinas já começou a cair, com destaque para o pêssego, 54% mais barato, além da ameixa (20%) e damasco (3%).
A laranja teve oscilações de preços, destacando-se a alta de 67,45% na Ceasa-ES e diminuição suave da oferta na maioria das Ceasas, com grande volume de comercialização. Além disso, de acordo com a Conab, o mercado para exportações, principalmente de suco, se mostrou bastante atrativo.
A banana volta a ter queda de preços na maioria dos mercados, após os meses de agosto e setembro terem sido de alívio nas cotações. A oferta aumentou na maioria das Ceasas, principalmente da variante prata. A nanica não teve demanda suficiente para manter grandes margens de rentabilidade.
Os preços da maçã e sua oferta apresentaram aumentos discretos na maioria dos mercados, em meio ao fim dos estoques da variedade gala e início da produção nos pomares da Região Sul.
A melancia teve dominância de queda de preços e alta da oferta, em meio ao fim da safra de Uruana (GO) e o início da safra paulista e baiana. Os produtores gaúchos já se preparam para a colheita nos próximos meses.
Os preços do mamão diminuíram na maioria dos mercados e a oferta foi de alta em quase todas as Ceasas, principalmente do mamão papaia mineiro, baiano e capixaba.
Segundo a Conab, o volume de exportação de frutas acumulado no Brasil em 2017 até o mês de outubro foi 5,80 maior em relação ao mesmo período de 2016, de 624,84 mil toneladas para 661,1 mil toneladas. A receita, em dólares, aumentou 7,66%, de US$ 662,04 milhões para US$ 712,78 milhões no período. Os destaques ficaram por conta da boa exportação de mamão e a grande diminuição da venda externa de bananas.
O levantamento da Conab é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do país. Para a análise do comportamento dos preços de outubro, foram considerados os principais entrepostos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, paraná, Ceará, Pernambuco, Goiás e Distrito Federal.