Diversos

Cultivo mínimo viabiliza plantio de melancia em áreas de renovação de canavial

Segundo pesquisa, uso desta técnica gerou produtividade média 45% maior do que o cultivo em plantio direto e 25% superior ao convencional

Pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) estudaram, durante três anos, a viabilidade do cultivo de melancia em áreas de renovação de canavial com a adoção de manejo conservacionista de solo.

Após três anos de pesquisas no oeste de São Paulo, eles concluíram que o cultivo com técnicas como plantio direto e cultivo mínimo sobre a palha de cana-de-açúcar em áreas de renovação de canavial mantém produtividades iguais ou superiores ao plantio convencional.

Em ano em que as condições climáticas foram ideais para o desenvolvimento da cultura, o plantio em sistema de cultivo mínimo teve produtividade média de 70 toneladas por hectare de frutos comerciais, o que representa 45% a mais do que o cultivo em plantio direto e 25% superior ao cultivo convencional.

O cultivo mínimo consiste em se fazer uma subsolagem na linha de plantio, por meio de uma haste rompedora de solo que promove a descompactação e ruptura das camadas no subsolo, sem que haja a movimentação, facilitando a penetração das raízes da cultura na linha de plantio.

Durante a pesquisa da APTA, foi observado que tanto no plantio direto quanto no convencional, na linha de plantio em profundidades abaixo de 20 centímetros houve redução na qualidade física do solo, com aumento da resistência a penetração e da densidade quando comparados com o cultivo mínimo.

“Neste sistema mais de 50% de resíduos vegetais da cana-de-açúcar permanecem na superfície do solo. As principais vantagens foram o maior controle de plantas daninhas, o menor custo de hora por máquina, com a redução de operações agrícolas, além do melhor controle da erosão e aumentando o armazenamento de água no solo”, afirma o pesquisador da APTA, Humberto Sampaio de Araújo.

Na região do oeste paulista, todo ano, milhares de hectares são disponibilizados para reforma de canavial. Segundo Araújo, a inclusão de arranjos produtivos que promovam a rotação de culturas, viabiliza a utilização racional da terra, tanto para geração de produtos agroenergéticos como para a produção de alimentos, garantindo renda e manutenção da segurança alimentar.

Os pesquisadores buscam financiamento para a realização de novos estudos visando a inclusão de outros tipos de hortaliças de ciclo curto em áreas de renovação de canavial ou em reforma de pastagens, conciliando o retorno econômico com a preservação da capacidade produtiva do solo e garantindo a sustentabilidade do sistema produtivo.