Exportações de frutas brasileiras caem no primeiro semestre

A baixa qualidade das frutas e dificuldade de entrada na União Europeia são os principais fatores para a queda

Fonte: Carlos Narcizo/Canal Rural

As exportações de frutas frescas do Brasil caíram tanto em receita, quanto em volume, nos primeiros seis meses de 2016. O desempenho ruim é atribuído à baixa oferta de frutas com qualidade para exportação e também à demanda restrita de nosso principal cliente, a União Europeia.

O melão, a maçã e a manga foram as frutas que tiveram os piores desempenhos nas negociações internacionais e quem tem produto bom para oferecer espera lucrar com as exportações, como é o caso de uma distribuidora em Valinhos, no interior de São Paulo, onde o beneficiamento e a embalagem das mangas estão em ritmo acelerado. “Nós tivemos uma qualidade muito ruim da fruta aonde ela não atingiu o padrão de exportação. Agora, aparentemente, voltou ao normal e nós estamos com perspectiva boa”, disse o sócio-proprietário da distribuidora, Paulo Queiroz Guimarães.

Assim como na empresa do Paulo, que administra a produção e distribuição de sete tipos de frutas para exportação, a queda nos embarques foi registrada em todo país. Em volume, as exportações foram 5,3% menores e, em receita, a redução foi de 5,6% na comparação com o primeiro semestre de 2015.

Foram as vendas de maçã que mais caíram, sendo 48% em volume e 14% em faturamento. O melão, que enfrentou seca nas principais regiões produtoras, também apresentou queda significativa nos primeiros seis meses do ano, assim como a manga, que sofreu com as instabilidades do clima.

“Nós tivemos, no inverno de 2015, uma temperatura muito alta e um volume de chuva muito acentuado. Na região do semiárido nós tivemos uma temperatura de três graus acima da temperatura máxima, aonde houve um distúrbio da resposta da planta e,  em vez dela florescer, ela vegetou e o que floresceu não se vingou”, falou Guimarães.

União Europeia

Além da baixa oferta brasileira, a estagnação na demanda por frutas do nosso principal mercado, a União Europeia, contribuiu para a queda em volume e receita dos embarques no primeiro semestre de 2016.  Um cenário que, segundo o Instituto Brasileiro da Fruta (Ibraf), precisa ser revertido imediatamente com a conquista de novos compradores.

“Estamos buscando mercados emergentes pra desconcentrar a oferta da União Europeia. Dos 25 mercados de frutas do mundo, o Brasil não está em doze deles por problemas de barreiras fitossanitárias e problemas tarifários. Nós estamos, juntamente com o governo, buscando novos protocolos fitossanitários pra entrarmos em outros países importantes e, de outro lado, tentando tratados bilaterais de livre comércio”, disse o presidente da Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes.