Devido à pandemia do coronavírus, a comercialização de hortifrútis fora dos padrões estéticos exigidos pelo mercado – seja em termos de tamanho, coloração ou formato – está sendo ainda mais dificultada. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esses produtos perdem valor comercial, já que os consumidores ainda têm certa relutância em adquiri-los, resultando em descarte e, consequentemente, em desperdício de alimentos.
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A entidade explica que os hortifrútis com problemas estéticos eram escoados até então para mercados institucionais como merenda escolar e serviços alimentares, que estão paralisados ou com a capacidade bastante reduzida desde que as medidas de isolamento social se instalaram no Brasil.
Nesse cenário, produtores temem que as perdas se elevem ainda mais, já que o único canal de escoamento tem sido o varejo tradicional, em que a demanda já não era positiva. Para os produtos acompanhados pelo Cepea, o escoamento para alguns calibres e padrões está limitado desde o início da pandemia do novo coronavírus, principalmente para cenoura, batata, maçã e tomate.
Especificamente para a cenoura, os tipos A (fino) e G (grande) têm sido os mais prejudicados nas vendas, já que eram escoados principalmente para os mercados impactados pela paralisação. Os preços desses artigo, inclusive, estão bastante inferiores aos da cenoura de melhor padrão.