A Índia autorizou a importação de maçã do Brasil por meio de tratamento a frio. Portaria do Ministério da Agricultura indiano, publicada na Gazeta Oficial da Índia, altera a legislação local relativa ao controle de pragas, de modo a introduzir a possibilidade de tratamento a frio em pré-embarque e em trânsito, por 40 dias, nos carregamentos de maçãs oriundas do Brasil.
Desta forma, o governo brasileiro vence mais uma barreira que possibilita a certificação fitossanitária das exportações brasileiras de maçãs à Índia. A portaria foi publicada no final de agosto.
De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a negociação com os indianos durou vários anos e envolveu, além do Mapa, o Ministério das Relações Exteriores e produtores brasileiros.
Antes desta nova regulamentação, havia o requisito de tratamento pré-embarque com brometo de metila, substância potencialmente danosa ao meio ambiente e de uso restrito a determinadas situações.
Autorização
O Brasil já exportava maçãs para a Índia, mas dependia de autorização daquele país para aplicar o brometo de metila no destino. Tal autorização era renovada anualmente e trazia insegurança para os exportadores.
“Estou convicto que já em 2018 a Índia será o maior destino de nossas exportações de maçãs frescas”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque.
Nos últimos anos, o principal destino das maças brasileiras foi Bangladesh. Com a retirada do entrave fitossanitário, estima Albuquerque, o Brasil deverá ter um crescimento relevante nas exportações para o mercado indiano.
Produção
A produção brasileira safra 2016/2017 foi de 1,3 milhão de toneladas. Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os grandes produtores de maçãs, seguidos pelo Paraná. A região Sul produz 98% da safra nacional da fruta.
Até julho deste ano, o Brasil embarcou 55 mil toneladas, com divisas de US$ 42 mil. Os principais compradores da maçã brasileira são Bangladesh – em média 35% do volume total exportado -, Irlanda, Portugal, Reino Unido, França, Rússia, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Países Baixos (Holanda), Suécia, Arábia Saudita e Índia.