O aumento da produção de cebola e cenoura incentivou a queda de preços registrada pelos produtos hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. É o que revela o 4º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado nesta terça-feira, dia 19, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mesmo com as quedas registradas, as cotações dos dois produtos mantêm-se em patamares elevados. No caso da cebola, a importação continua como fator determinante para manutenção dos níveis elevados de preços.
Já a cenoura manteve preço elevado devido à menor oferta do produto nas principais regiões produtoras. Para abril, a expectativa é de continuação no arrefecimento dos preços dos dois produtos, uma vez que há intensificação da colheita e provável queda na demanda, devido ao efeito da substituição em resposta aos preços ainda elevados.
A entrada da safra de tomate dos estados de SP, RJ e PR resultou em queda nos preços em alguns mercados. A tendência se mantém em abril em todas as regiões do país, conforme acompanhamento diário feito pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), executado pela Conab.
Apenas a batata registrou tendência de alta em março. O comportamento foi influenciado pela alta demanda, ocorrida durante a Semana Santa, aliada à queda de cerca de 11% no produto ofertado nos principais centros atacadistas, devido a condições climáticas adversas nas regiões produtoras. A tendência é de manutenção da alta de preços, movimento oposto ao registrado em 2015.
Frutas
As frutas continuaram apresentando alta nos preços em março. Isso se deveu às condições climáticas adversas que impactam na produtividade, resultando na queda da oferta, além das questões de entressafra e do bom volume das exportações.
Destacam-se, nesse cenário, a banana e o mamão. Mas a expectativa para a banana é de reversão do comportamento a partir desse mês, uma vez que a produção deve aumentar no norte de Minas Gerais e no centro sul da Bahia. Já o mamão deve continuar apresentando alta nos próximos meses, devido principalmente à diminuição das chuvas e às altas temperaturas nas regiões produtoras.
O aumento das exportações teve forte influência na alta dos preços da laranja e da melancia. Nos próximos meses, no entanto, a tendência é de arrefecimento desses valores, uma vez que a plantação e a colheita devem ser intensificadas, aumentando a oferta no mercado interno.
A maçã foi a única fruta que não seguiu o comportamento generalizado de alta. A queda nos preços se deve, sobretudo, ao avanço da colheita da variedade fuji.
O levantamento foi feito a partir de dados fornecidos pelas centrais de abastecimento dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Ceará e Pernambuco.