Produtores do Rio Grande do Sul apostam no cultivo de pitaya, uma fruta exótica que se adapta muito bem a praticamente qualquer região. O cultivo está tão promissor que os empresários querem expandir a área plantada e já fecharam venda para outros países.
A fruta, que chama a atenção pelo aspecto e pela beleza, pode ser do tipo branca ou rosa e chega a pesar um quilo. A produtividade é animadora: até 110 frutas por cacto. As primeiras mudas de pitaya plantadas na região de Novo Hamburgo foram trazidas de Santa Catarina pelo produtor Rafael Rodrigues, que tem 148 pés na produção totalmente orgânica.
“Compramos mudas, que plantamos aqui em dia 22 de setembro do ano passado e já está produzindo. É uma fruta que não requer tanto manejo. Com poucas pessoas, tu consegues manter uma área grande”, diz ele.
“Mesmo sendo um cacto, ela não é uma planta que prefere lugares muito secos. Ela convive bem com certa umidade, inclusive ela precisa de uma chuva. Então o Rio Grande do Sul tem um clima adequado para ela”, afirma o pesquisador e professor em botânica João Larocca.
“Desde o início, a gente sabia que há vários produtos feitos com pitaya. Nós já estamos trabalhando numa linha, num segmento de sorvete orgânico. Já está sendo produzido geleia também, 100% diet. E temos contatos para produzir cosméticos, corantes e cápsulas”, diz o produtor.
O pesquisador Larocca lembra que a fruta é originária do México e de países da América Central. No Brasil, elas foram introduzidas recentemente de uma forma mais intensiva pra cultivo comercial. “Elas são plantas conhecidas há mais tempo por gente que lida com floricultura, por causa do aspecto ornamental.”
O produtor não teme que mais agricultores possam se interessar em produzir a fruta: “Mais produtores plantando significa que o consumidor final pode ter mais acesso a essa fruta, com um valor mais acessível. Essa é a nossa ideia”.