A seca de maio a julho atrasou a florada das mangueiras no interior de São Paulo. A produtividade não deve ser afetada, porém os custos de produção estão maiores para os agricultores. Na propriedade de Igor Calister Dimov, em Aguaí, a combinação do calor e da chuva excessiva está gerando problemas de controle de pragas.
“O gasto com veneno e pulverizações chega a ser semanal e até menos do que semanal. Isso onera muito o custo e às vezes perde um pouco da qualidade da fruta”, conta Dimov.
Mesmo com o atraso, a produtividade deve chegar a 12 toneladas por hectare, cerca de 30% acima do ciclo anterior. Até agora, os frutos estão com ótima qualidade, mas até tirar a manga do pé podem aparecer pintas que prejudicam a aparência do alimento. A variedade cultivada pelo Igor é a palmer, sendo a mais valorizada no mercado. Ele espera vender a fruta por até R$ 1,20 por quilo, mas teme que a demora da safra também possa reduzir o valor do produto.
“O problema é que ela vai igualando com outras regiões. Então, acaba podendo sofrer lá na frente com uma super safra, ter muita oferta no mercado e isso derrubar o preço”, diz Dimov.
Na Central de Abastecimento (Ceasa) de Campinas (SP), não falta manga porque a maior parte da fruta vem do Vale do Rio São Francisco. A chegada da safra paulista coincide com a maior oferta da fruta em dezembro e janeiro.
De acordo com o técnico de mercado da Ceasa Campinas, Sebastião Guerra, a tendência é que o preço se mantenha estável já que a unidade continua abastecida. “Isso vai suprir essa ausência do estado, não terá falta do produto. Quando começar a entrar o produto, em dezembro, vai entrar uma quantidade muito grande da nossa região, então talvez abaixe um pouquinho o preço. Até mesmo porque temos outras frutas como pêssego e ameixa entrando na safra na nossa região também”, explica.