O cultivo da hortaliça é trabalhoso, mas os produtores do interior de São Paulo não reclamam já que a demanda mais que dobrou nos últimos dez anos.
Cláudio Gonçalves da Silva é um de dezenas de horticultores da região de Piedade (SP) que resolveram deixar a alface um pouco de lado para apostar no alho-poró, o primo da cebola e do alho convencional.
O agrônomo Bruno Matsua explica que foi da França que veio a semente do alho-poró, mas os egípcios e romanos foram os primeiros a cultivar a planta. O produto se adaptou bem ao clima e as condições do Brasil e a combinação solo e clima transformou a região em uma referência no cultivo da hortaliça.
O ciclo de desenvolvimento do alho-poró dura em média sete meses.O manejo é trabalhoso e acontece em três minuciosas etapas.
“Primeiro o produtor leva no viveiro, fica na estufa em bandeja; logo em seguida, o produtor vai buscar a bandeja ou eles trazem, transplanta no solo, aí fica mais sessenta dias pra depois ser transplantado em local definitivo. Como é semeado, cinco ou seis sementes por célula da bandeja, e dessa maneira é direto no canteiro, depois é dividido essa muda pra parte definitiva do canteiro.(podemos cobrir esse trecho com essas imagens dividindo pra plantar de novo”, explica Matsua.
Outro cuidado importante é com a irrigação. Neste período do ano, quando quase não chove, é necessário molhar a plantação de dois em dois dias.
O cuidado com as pragas é semelhante ao da cebola, mas por ela ser uma variedade mais rústica a incidência de doenças é baixa.
Apesar do cultivo ser trabalhoso, quem investiu na cultura como o produtor Cláudio Gonçalves da Silva, tem se mostrado satisfeito com a escolha. Nos últimos dez anos, a demanda pela hortaliça praticamente dobrou. Efeito da popularização do produto que deixou de ser exclusividade dos restaurantes finos para entrar na lista de compras do brasileiro.
O aumento da procura estimulou também o preço da dúzia. Este ano, o preço pago ao produtor chegou a 15 reais.