O Instituto Agronômico (IAC) de São Paulo foi contemplado com R$ 34,8 milhões para pesquisas que vão ampliar a base científica e tecnológica para solução de problemas nas culturas de citros, café e cana-de-açúcar. Desse montante, R$ 4,54 milhões correspondem a edital da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), dentro do Núcleo de Pesquisa Orientado a Problemas – SP (NPOP-IAC). Somam-se a esse recurso outros R$ 4,47 milhões da iniciativa privada e R$ 25,79 milhões como contrapartida em infraestrutura e recursos humanos do estado.
“Essas três importantes cadeias agrícolas terão o reforço da biotecnologia para acelerar estudos que trarão resultados inéditos para a agricultura mundial”, diz a Secretaria de Agricultura do estado. Segundo a pasta, a maior celeridade será proporcionada pelo método de edição de DNA, chamada CRISPR/Cas9 (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), tecnologia vencedora do prêmio Nobel de Química 2020.
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Culturas foco do IAC
“Essas três culturas foram escolhidas pela importância que têm em São Paulo e no Brasil e pelo protagonismo do IAC no desenvolvimento de cultivares dessas espécies perenes e semi-perenes”, diz em comunicado a pesquisadora e líder do NPOP-IAC, Mariângela Cristofani Yaly. Os desafios foram definidos pelos pesquisadores em conjunto com os três setores de produção.
Na área de citros, o foco é a doença conhecida como huanglongbing (HLB), greening, considerada a mais devastadora nos pomares citrícolas no mundo.
Na de café, o objetivo é desenvolver cultivar de café tipo arábica naturalmente desprovida de cafeína a fim de buscar variedade mais saudável e incluir o produto em novos mercados.
Nos estudos com cana-de-açúcar, pretende-se gerar cultivares com tolerância ao estresse hídrico e a patógenos a partir do uso de edição gênica em plantas geneticamente modificadas (transgênicas) e não geneticamente modificadas.
De acordo com Mariângela, no NPOP-IAC, as equipes das três culturas estão trabalhando com ferramentas da biotecnologia, utilizando técnicas semelhantes e haverá ajuda mútua na busca por estratégias de cultivo que possam agregar valores. “No NPOP-IAC pretendemos agregar o que estamos fazendo para obter novas cultivares e nossos sistemas de produção, a edição genômica será a estratégia usadas para as três culturas”, diz.
Outra semelhança entre as três áreas é a interação com o setor privado em suas atividades científicas. Além do NPOP-IAC, no edital da Fapesp chamado Ciência Para o Desenvolvimento, também foi selecionado o NPOP do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) – NPOP-BIS, voltado a ingredientes saudáveis. Os dois projetos de pesquisa foram elaborados, avaliados e aprovados.
Os recursos para esses dois NPOP de Institutos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, que são sede das pesquisas, somam R$ 69,6 milhões, sendo R$ 7,24 milhões da Fapesp, R$ 8,47 milhões de empresas e R$ 53,89 milhões do estado, incluindo as infraestruturas e salários de equipes.
Também da secretaria, o Instituto de Pesca (IP) participa do NPOP com sede na USP e trabalhará na temática Pescado para a Saúde. Este projeto terá um total de R$ 23,8 milhões, sendo R$ 3,6 milhões da Fapesp, R$ 6 milhões de empresas e R$ 14,2 milhões do estado, incluindo as infraestruturas e salários de equipes.