Desenvolvida a partir do melhoramento genético tradicional, a nova variedade faz parte dos esforços da instituição em buscar alternativas de controle parasitário sem a necessidade de aplicação de agroquímicos, que aumentam o custo da produção e podem contaminar o solo e até o lençol freático uma vez que nematoides vivem nas raízes das plantas. Em outro estudo realizado em laboratórios do Iapar, uma equipe de pesquisadores reduziu em 88% a reprodução do parasita utilizando fungos micorrízios e nematófogos, outra iniciativa inédita.
As pesquisas que resultaram na nova cultivar contaram com recursos do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área total plantada com café no Paraná foi estimada em 87.095 hectares e a previsão para a atual safra é que sejam beneficiadas entre 1,6 a 1,8 milhão de sacas do produto. O café está presente em aproximadamente 210 municípios e é responsável por 3,2% da renda agrícola paranaense. Aproximadamente 76 mil pessoas têm empregos diretos com a cultura, na área de produção e indústria.
O Estado é marcado pela qualidade de seus grãos e exporta mais de 40% do café solúvel brasileiro. Os cafés produzidos no norte do Paraná proporcionam uma bebida extremamente encorpada, com amargor acentuado, aroma caramelizado e acidez normal. É um café de alta latitude obtido nas famosas terras roxas e nos solos do arenito Caiuá, em uma região de transição climática que proporciona as variabilidades de clima e solo. Nela, se produz o Café Qualidade Paraná que atende às mais variadas tendências de consumo e resulta do novo modelo tecnológico que mudou radicalmente a forma de produzir café no Estado.