Um funcionário da agência dos Correios de Natal (RN) desconfiou de algumas embalagens, e ao abri-las notou a presença de vários CDs colados nas caixas, servindo como um forro, como forma de burlar o raio X, que detecta este tipo de infração. Nas embalagens observou a existência de meias e soquetes, onde os animais estavam envoltos de forma individual e em condições precárias.
A equipe de inteligência do Ibama no Rio Grande do Norte conseguiu identificar a pessoa que enviou a remessa. Tratava-se de um motoboy, que indicou quem realmente era o traficante de animais. Seu perfil enquadra-se em um funcionário de uma empresa de informática de Currais Novos, interior do Estado, que mantinha em casa vários outros animais para comércio. Sustentou ainda que realizava esta atividade há dois anos e utilizava redes sociais, mais precisamente o Orkut, para comercializar animais silvestres.
Conforme informações da fiscalização do Ibama, em 2005 já havia ocorrido uma apreensão idêntica, na mesma cidade, contendo os mesmos tipos de animais. O que na opinião de Alexandre Rochinsky, chefe da fiscalização do Ibama/RN, pode caracterizar que o tráfico já existia desde essa data, contrariando a declaração do traficante.
Todos os animais estavam em condições precárias, em razão do confinamento. Os iguanas foram reintroduzidos ao habitat natural, imediatamente, enquanto os sapos, cobras e lagartos serão enviados para Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para identificação das espécies, e em seguida, a realização da soltura em seu próprio ambiente, o mais rápido possível.
? Essa operação foi muito importante, visto que, o envio pelos Correios é uma nova forma de tráfico de animais silvestres, o que dificulta ainda mais seu combate. Os infratores sempre procuram uma nova maneira de burlar a fiscalização. Nosso órgão irá acionar tanto a Polícia Federal, como os Correios para que, conjuntamente, possamos coibir esses procedimentos de uma maneira mais eficaz ? disse Alvamar Costa de Queiroz, Superintendente Estadual do Ibama/RN.