Os fiscais encontraram no centro do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, em Formosa do Rio Preto, uma propriedade onde cerca de dois mil hectares de vegetação nativa foram devastados para o plantio de soja. O responsável pela área, Haroldo Uemura, já havia sido notificado para sair do local em 2003. Ele foi multado em R$ 880 mil e autuado por porte ilegal de armas.
Uemura questiona na Justiça a formação do parque e alega que está no local há mais de seis anos. Embora estivesse em uma área de reserva protegida, o agricultor recebeu financiamento do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste para o plantio da safra 2008/2009. Acompanhando a operação, o ministro do Meio ambiente, Carlos Minc, caracterizou a soja como pirata e avisou ao produtor que ela seria leiloada.
Em Riachão das Neves, a 160 quilômetros de Formosa do Rio Preto, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram registros de trabalho escravo em uma carvoaria. A maioria dos 37 funcionários do local não possuía carteira assinada e tinham de pagar pelo das ferramentas de produção. O proprietário, Valdemar Gertner, chegou no momento da autuação e disse que a propriedade estava arrendada para terceiros e desconhecia a situação. Embora tenha licença para funcionar, a carvoaria também utiliza madeira protegida por lei, como aroeira, angico e pau d’arco, para transformar em carvão.
Segundo Minc, a defesa do Cerrado é uma das prioridades da sua gestão.
? O nosso ministério não vai ser samba de uma nota só ? avisou o ministro, em referência ao fato de que até o início deste ano somente o bioma amazônico era monitorado pelos fiscais ambientais.