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IBGE: PIB do 2º trimestre cai 0,6% ante 1º trimestre

Produto Interno da Agropecuária  também foi pressionado para baixo, principalmente pela queda internacional dos preços das commodities e pelo câmbio menos atrativo

Fonte: Imprensa/ GEPR

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano, informou nesta quarta, dia 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o PIB recuou 3,8% no segundo trimestre deste ano. Com o dado divulgado nesta quarta, o PIB recuou 4,6% no ano em relação a igual período de 2015, e acumula queda de 4,9% em 12 meses até o segundo trimestre de 2016.

Ainda segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre do ano totalizou R$ 1,53 trilhão. 

A queda de 0,6% no PIB do segundo trimestre de 2016 pode ser explicada pelo consumo das famílias, que continua em queda (-0,7%); pelo consumo da administração pública, que variou -0,5% na comparação trimestral, após crescer 1,0% no primeiro trimestre; pela desaceleração nas exportações – que cresceram 0,4% no segundo trimestre após registrar 4,3% de alta no trimestre anterior – e alta nas importações, que cresceram 4,5%.

“O importante é que quem tem mais peso, que é o consumo das famílias, continua puxando pra baixo, a administração pública que também tem peso considerável trocou: crescia 1% e agora caiu 0,5%, e a importação com a exportação foi o que contribuiu mais negativamente nessa queda do PIB”, explicou Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Setores

O PIB da indústria subiu 0,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o PIB da indústria mostrou queda de 3%. 

Já a atividade de serviços caiu 0,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o PIB de serviços registrou queda de 3,3%. 

O PIB da agropecuária caiu 2% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o PIB da agropecuária mostrou recuo de 3,1%. 

Comércio exterior

O comércio exterior teve contribuição negativa para o PIB no segundo trimestre ante o trimestre imediatamente anterior, com as exportações (0,4%) crescendo menos que as importações de bens e serviços (4,5%), com influência do câmbio.

“Dessa vez o comércio exterior teve contribuição negativa. A gente teve uma apreciação cambial no segundo trimestre e a exportação fica menos competitiva”, explicou a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Claudia Dionisio.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, as importações recuaram 10,6% no segundo trimestre de 2016, o sétimo resultado negativo consecutivo, mas o menos intenso desde o primeiro trimestre de 2015, quando caíram 5,0%.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, as importações aumentaram 4,5%, a primeira alta após quatro trimestres em queda. O resultado foi o mais acentuado desde o 1º trimestre de 2013, quando as importações cresceram 4,6%.

Agronegócio

O Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária foi pressionado para baixo no segundo trimestre principalmente pela queda internacional dos preços das commodities e pelo câmbio menos atrativo, avaliou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. “Houve um tombo no câmbio que não estimulou (o setor)”, destacou, referindo-se à depreciação do dólar, que tornam produtos nacionais mais caros no mercado externo.

Nesta quarta, dia 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que PIB do segmento caiu 2% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação anual, o recuo foi de 3,1%. Conforme o próprio instituto, com exceção do café, que apresentou crescimento na estimativa de produção anual de 11,2%, as demais culturas com safra neste trimestre registraram decréscimo e perda de produtividade: milho (-20,5%), arroz (-14,7%), algodão (-11,9%), feijão (-9,1%) e soja (-0,9%).

Para Corrêa Carvalho, a confirmação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, e a eventual concretização de medidas econômicas pelo governo de Michel Temer devem dar mais estabilidade ao setor no restante do ano. “Não podemos viver de suspiros do câmbio. Temos de trocar as vantagens que o câmbio deu por vantagens efetivas do ponto de vista do investimento”, destacou, referindo-se a melhorias em logística e redução do chamado “Custo Brasil”. Para o presidente da Abag, a tendência é que o dólar gire em torno de R$ 3,00 nos próximos meses. 
  
Com a expectativa de condições climáticas favoráveis às lavouras brasileiras e aumento da área de plantio de milho, a tendência é que o PIB da Agropecuária mostre alguma recuperação no resultado do terceiro trimestre deste ano, na opinião do diretor Técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. “Acredito que a produção deve se normalizar e a produtividade também”, afirmou Ferraz.

Para ele, foi exatamente o clima o principal fator que levou à queda registrada no segundo trimestre deste ano. “Tivemos um ano em que a produtividade foi bastante afetada, principalmente do milho. Tivemos ainda quedas expressivas em arroz, algodão, feijão”, afirmou. No caso do algodão, que teve um recuo de 11,9%, segundo o IBGE, Ferraz destacou ainda condições negativas de mercado, que acabaram provocando uma queda no investimento na cultura. 

O analista evitou fazer uma previsão para o PIB do setor para o acumulado do ano, mas disse que espera que a partir do quatro trimestre o resultado possa ser positivo. “Temos ainda um efeito negativo da crise, mas deve começar a haver uma recuperação”, concluiu.

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